domingo, 15 de novembro de 2009

Operadora virtual de celular chega ao Brasil em 2010

No próximo ano, o mercado brasileiro passará a contar com um novo tipo de prestador de telefonia celular, conhecido como operador virtual. Pequenas empresas que atuam em nichos de mercado e grandes redes de lojas que queiram fidelizar seus clientes são os mais cotados para esse novo segmento da telefonia. Na prática, o operador virtual vai contratar, no atacado, das grandes empresas de telefonia, a capacidade de tráfego das ligações telefônicas e vender os serviços de celular no varejo.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está elaborando a proposta de regras para o operador virtual que deverá ser colocada em consulta pública até o fim do ano. O relator da matéria, conselheiro Antônio Bedran, disse que pretende, no início de dezembro, incluir seu relatório sobre o tema na pauta de votações do conselho diretor da Anatel.

"Nossa ideia é estimular a competição e baixar preços. Essa é uma modalidade que já faz sucesso fora do Brasil", afirmou Bedran, lembrando que os serviços já existem nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo. Hoje, há no País 166,1 milhões de celulares, o que significa que, em um grupo de 100 pessoas, 86 têm telefone celular. Nesse setor, as maiores companhias são Vivo, Claro, TIM e Oi.

A área técnica da agência trabalha com dois modelos de operador virtual, explica o gerente de Regulamentação de Serviços Móveis da Anatel, Bruno Ramos. Pelo primeiro modelo, o operador virtual seria mais vinculado à empresa de telefonia, podendo usar, além das redes, outras estruturas, como faturamento e call center. Nesse caso, o celular acrescenta valor, mas não é o negócio principal da empresa. Esse segmento, fora do Brasil, é explorado por companhias que têm marcas fortes, como o Carrefour e a megaloja de discos Virgin.

Já no segundo modelo, o operador virtual recebe uma autorização da Anatel e tem funções semelhantes às de uma operadora convencional, tendo de cumprir até mesmo com obrigações definidas pela agência. Esse modelo deverá interessar mais a pequenos investidores, que alugarão as frequências das grandes operadoras para atender a nichos de mercado, como uma empresa ou locais no interior do País

Fonte: Estadão