A ginasta Daiane dos Santos alegou nesta segunda-feira, numa coletiva de imprensa no Esporte Clube Pinheiros, ter tomado a substância furosemida por indicação de uma esteticista particular e disse que não tinha conhecimento de que a droga era considerada doping pela Wada (Agência Mundial Antidoping). Daiane afirmou ainda que, no dia em que foi submetida ao exame, informou à Wada que havia consumido a substância através de um formulário que foi preenchido na ocasião.
"Eu nunca disse que não usei. Está escrito no relatório, eu falei que usei. Mas eu não sabia que não poderia ser usado", falou Daiane. A Federação Internacional de Ginástica divulgou no dia 30 de outubro que Daiane foi flagrada em exame antidoping por ter usado furosemida. Segundo a entidade, o teste foi realizado em um período fora de competição. A atleta deve dar as suas explicações oficiais até sexta-feira para que depois a federação anuncie uma decisão definitiva.
"Tomei através de uma esteticista particular [sic]. Ela também não sabia [que a furosemida era proibida]. Ela disse que não haveria problema com as enzimas. Eu não me sentia bem esteticamente. Achei que poderia consumir, mas na verdade não poderia", falou. Daiane não participou de nenhuma competição em 2009 em função de uma cirurgia no joelho direito no final do ano passado.
Ela foi submetida a um procedimento médico para alinhar a perna, com o auxílio de uma placa de titânio, já que o joelho sofreu um desgaste na parte externa e, por isso, apresentava um desvio de 10 graus em relação ao eixo. Daiane disse que optou por um procedimento estético particular que nada tinha a ver com a recuperação da cirurgia.
Daiane dos Santos teve o ápice de sua carreira ao conquistar a medalha de ouro no Mundial de Ginástica de Anaheim, em 2003. Um ano depois, a gaúcha obteve uma série de vitórias na Copa do Mundo, mas não conseguiu obter êxito nos Jogos Olímpicos de Atenas, na qual chegou à final do solo e encerrou na quinta colocação.
Fonte: José Ricardo Leite/Folha Online