Mais de um ano depois de seu encerramento, a Olimpíada de Pequim-2008 continua a registrar casos de doping. Ontem, o COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou a decisão de retirar a medalha de ouro de Rashid Ramzim, do Bahrein, nos 1.500 m. O atleta foi um dos cinco competidores com resultado positivo em suas amostras de sangue, que foram submetidas à reavaliação em abril.
Todos foram flagrados com Cera, a terceira geração do hormônio eritropoietina (EPO). Com a decisão do COI, o queniano Asbel Kipruto Kiprop, que terminou os 1.500 m em segundo lugar em Pequim, deverá herdar o ouro, enquanto o neozelandês Nicolas Willis poderá receber a prata, e o francês Mehdi Baala, então quarto colocado na prova, o bronze.
Terça-feira, o COI já havia anunciado a retirada da medalha de prata do ciclista italiano Davide Rebellin, que também testara positivo para Cera. Na Olimpíada, ainda foram flagrados com a substância o ciclista Stefan Schumacher, da Alemanha, e as atletas Vanja Perisic, da Croácia, e Athanasia Tsoumeleka, da Grécia.
Todos os resultados dos cinco atletas após os Jogos de Pequim deverão ser descartados. Já a halterofilista dominicana Yudelkis Maridalin, quinta na prova de 53 kg, não sofrerá qualquer sanção. A atleta teve o primeiro resultado do exame positivo para Cera, mas a contraprova foi negativa. O hormônio EPO é usado com a intenção de aumentar o poder de recuperação do atleta.
No organismo, a EPO é produzida pelos rins. Ela age nas células-tronco da medula óssea, aumentando a quantidade de glóbulos vermelhos. O COI mantém as amostras de sangue e urina armazenas por até oito anos para a realização de novos exames. Ou seja, outros casos de doping ainda podem ser confirmados.
A Wada (Agência Mundial Antidoping) estuda um novo método para detectar a substância no organismo. Caso a metodologia seja aprovada, deverá ser utilizada nestas amostras de Pequim-2008.
Fonte: Folha Online