quinta-feira, 29 de julho de 2010

Número de bolsas de doutorado integral no exterior cai 80%

Fazer doutorado em uma grande universidade estrangeira com bolsa de uma instituição brasileira é um sonho cada vez distante para os estudantes do país. Segundo dados apresentados na conferência da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Natal, entre 1992 e 2007 o número de bolsas do CNPq no exterior caiu de quase 2.800 para cerca de 500 --um tombo de mais de 80%.

Já o doutorado-sanduíche, em que o aluno fica parte do curso fora do Brasil, teve um ligeiro crescimento no período. Hoje há cerca de 5.000 alunos na modalidade. Desde 2007, as bolsas integrais recebem menos dinheiro do CNPq do que as chamadas bolsas-sanduíche. "Foi um decréscimo exagerado. Os programas de bolsas no exterior ficaram suprimidos, é preciso corrigir isso", diz Carlos Aragão, presidente do CNPq.

"Conforme vão aparecendo novos programas de pós-graduação no Brasil, os estudantes que antes sairiam ficam por aqui. Mas o país tornou isso uma regra", afirma.

CONTATOS

Ele lembra que é bom ter brasileiros fora do país para criar, além da rede de contatos, um fluxo de ideias entre o Brasil e o exterior."É importante ter estudantes que vão para o exterior. Quando voltam, trazem oxigênio para o sistema". O próprio Aragão fez doutorado nos Estados Unidos, no final dos anos 1970. "Criei uma relação com a Universidade Princeton, onde estudei, que é para sempre. Bolsas no exterior são fundamentais para estabelecer parcerias duradouras."

A internacionalização da ciência brasileira foi tema de debate em Natal e, segundo Aragão, é prioridade para o CNPq, que planeja trazer estrangeiros para os comitês que avaliam os projetos submetidos ao órgão

Fonte: Ricardo Amaral / Folha Online

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Caos vai marcar cinebiografia de Kurt Cobain, diz diretor

A aguardada cinebiografia de Kurt Cobain será "caótica", revelou o diretor da produção Oren Moverman. Segundo o site "NME", o diretor afirmou que o filme - ainda sem data para estrear - deverá reproduzir o tom áspero que foi a vida do líder do Nirvana. Moverman é conhecido por ter coescrito o roteiro da cinebiografia de Bob Dylan, "I'm Not There", mas disse que o filme sobre Cobain será mais linear que seu trabalho anterior.

O roteiro será parcialmente baseado na biografia "Mais Pesado que o Céu", de Charles R. Cross. Mas, de acordo com o diretor, pode evitar o óbvio na história de Kurt. "As pessoas conhecem o resumo da vida dele - ele tomou montes de heroína, escreveu 'Smells Like Teen Spirit', se tornou o maior astro do rock do mundo e se matou. Para mim, essas são as coisas menos importantes", afirma. O ator que viverá Kurt Cobain nos cinemas ainda não foi escolhido.

Fonte: Folha Online

Foto: Divulgação

domingo, 18 de julho de 2010

Diário do Vaticano anuncia descoberta de possível Caravaggio

O diário "L'Osservatore Romano", do Vaticano, publica hoje em sua primeira página a possível descoberta de que um quadro propriedade dos jesuítas seria um Caravaggio. O anúncio é feito na véspera do aniversário de 400 anos da morte de Michelangelo Merisi (1571-1610), conhecido pelo nome de sua região de origem, Caravaggio, no norte da Itália.

Segundo o diário, o quadro, achado em Roma entre as propriedades artísticas da Companhia de Jesús, está sendo estudado e os especialistas "ficaram fascinados com a obra". A tela, chamada "Martírio de San Lorenzo", mostra uma jovem deitada sobre uma mesa envolvida em chamas, com a boca aberta, expressão de dor e a mão estendida em busca de ajuda.

Para o "L'Osservatore Romano", a obra tem claras semelhanças com outros quadros do pintor de tema religioso, como "Conversão de São Paulo" e "Martírio de São Mateus".

Fonte: EFE, no Vaticano

Foto: Gregorio Borgia/AP

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Arbitragem x Tecnologia: Inimigos íntimos

Fim de Copa, Espanha campeã e uma única certeza: a arbitragem não foi tão desastrosa quanto se andou comentando. O que acontece é que nunca a tecnologia foi tão longe nesse negócio de filmar os detalhes da partida. Nunca antes se teve tanto acesso a tantos e tão visíveis ângulos de um mesmo lance. Para quem assiste na TV fica parecendo que o juiz e os bandeirinhas são cegos e surdos, mas entra em campo e comanda a arbitragem com milhares de vuvuzelas cantando e a pressão do mundo inteiro em cima e depois me diz se é tão fácil quanto parece.

Por um lado, a tecnologia digital só falta nos permitir participar do jogo, mas pro outro ficam ainda mais patentes as falhas humanas de quem conduz a arbitragem. Nesse caso, o jeito é tentar errar o menos possível para o foco não se desviar da partida e cair no trio de arbitragem. 

Agora falando da Espanha, não vou dizer que gostei da final, pois o resultado era demais previsível. A Espanha tinha mais time e força. Mas o que me chamou a atenção foi a raça dos holandeses. Na maioria dos lances, a sola das chuteiras dos caras é que cantou mais alto, mas o que gostei mesmo foi de ver os holandeses inteiros no ataque, no final da prorrogação, tentando e tentando o empate pra tentar a loteria dos penâltis. Não deu! Espanha campeã e fim de papo.

Volto a dizer: a Copa da África não foi a dos meus sonhos. O nível técnico foi estupidamente baixo e somente em algumas partidas tive prazer em ver futebol. Aquele Eslovênia 3 x 2 na Itália foi excelente. Uruguai x Gana foi dos mais bonitos jogos que já vi em Copas e o jogo em que a Celeste foi desclassificada também. Do Brasil não posso destacar qualquer dos cinco jogos. O time teve míseros momentos de lucidez e realmente não mereceu chegar às semi. Quem sabe uma boa preparação e um bom elenco em mãos possa dar ao próximo treinador condições de disputar o título com mais diginidade.

E bola pra frente que o Brasileirão vai recomeçar. Não é grande coisa, mas distrai que é uma beleza naquelas tardes quentes e sonolentas de domingo.

Câmbio

Sérgio Augusto

Editor da Academia da Palavra

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Luto rubro-negro

Quando o Flamengo era O TIME, isso por volta de 1980, quando ganhou o Mundial de Clubes em Tóquio, enfiando 3 x 0 no Liverpool, eu tinha meus cinco anos de idade. Talvez por isso comecei a torcer pelo rubro-negro, que era o melhor do mundo. Cresci, portanto, vendo os shows de bola de Zico, Adílio, Júlio César, Júnior, Andrade, Leandro, Rondinelli, Tita, Lico, Nunes, Cláudio Adão e companhia ilimitada. E, justamente porque os esquadrões do futebol não são eternos, parei de torcer entusiasticamente pelo Mengo por volta de 1993, quando a geração de Júnior, Charles Guerreiro, Marcelinho Carioca, Djalminha e Paulo Nunes deixava o clube e ia cantar em outra freguesia.

Abro aqui um parêntesis, às vésperas da final da Copa da África, para comentar a decepção desse time atual, que veste o Manto Sagrado rubro-negro. Não bastasse perder o Cariocão e a Libertadores desse ano, o time ainda está cheio de maus elementos. O que dizer de Adriano posar pra fotos empunhando metralhadora, como um reles traficante? E Vágner Love dançando em baile funk cercado de traficantes no morro?

Pra completar a quadrilha, o goleiro Bruno, titular absoluto e quase dono do time, me apronta uma dessas: manda matar uma ex-amante, mãe de filho dele. Trucidaram a coitada, estrangularam, cortaram o corpo em pedaços e deram aos cachorros e o cara ainda assistiu a tudo. É justo um tipo dessa estirpe defendendo o gol que já foi de Raul Plassman, Baldo Fillol, García, e mais recentemente Júlio César? Definitivamente, o presídio é pouco pra esse elemento. Podem me chamar de radical, mas crimes como esse deveriam ter julgamento sem defesa, só com promotoria. Lógico que todos têm direito à defesa, mas e quem é torturado, morto e vira comida de cachorro, também não teria direito de se defender?

O Flamengo é maior que traficantes, assassinos e outros marginais da mesma espécie. Já esteve no topo do mundo e, que eu lembre, jamais vi um Zico, um Júnior, um Leandro, acusados de assassinato ou envolvimento com traficantes. É por isso que eu digo que gente como esse goleiro não deveria ter oportunidades na vida. Quem premedita um crime bárbaro desses sequer deveria andar pelas ruas, como cidadão de bem. É isso!

Sérgio Augusto

Editor da Academia da Palavra

terça-feira, 6 de julho de 2010

Guerreiros celestes

O Uruguai também tá fora da Copa da África mas de uma coisa ninguém pode duvidar: é o time mais raçudo do torneio. Como esquecer aquele jogo contra Gana, quando o atacante uruguaio preferiu meter a mão na bola em cima da linha, ser expulso, mas evitou o gol que certamente eliminaria a Celeste? Nos penâltis, o Uruguai venceu Gana e mostrou o que é gana de verdade.

Nesse jogo de hoje confesso, como brasileiro, que bateu uma ponta de inveja da alma uruguaia. Levaram o primeiro da Holanda, empataram, levaram o segundo, o terceiro, descontaram, e, até o último segundo de jogo, foram pra cima, pressionaram, pressionaram, mas dessa vez não deu. Honrou como poucos o país que defende!

Parabéns atletas uruguaios. Dá vontade de torcer quando se vê esses guerreiros em campo.

Sérgio Augusto

Editor da Academia da Palavra

domingo, 4 de julho de 2010

Arriba Uruguai!

Tô começando a achar que o pé de gelo do Mick Jagger respingou por aqui. Cada vez que o cara vai e torce para uma seleção na Copa da África, essa seleção vai pro vinagre. Pô, torci pra Brasil, Argentina e Paraguai, na sequência, e os três já tão voltando pra casa mais cedo. Daqui a pouco é a vez do Uruguai. Mas não desisto não, hehe. A Celeste vai ganhar e chegar nas semi. Algum sul-americano tem que ser finalista, é ou não é rapaziada?

Sérgio Augusto

Editor da Academia da Palavra

sexta-feira, 2 de julho de 2010

E não é que o verde e amarelo alaranjou?

O Brasil tá fora da Copa e não sem avisos dos secadores e pseudo-especialistas-de-época-de-copa-de-plantão. Levou virada de um timeco chamado Holanda e até agora não se consegue explicar onde começou o erro. Lá pelas tantas me vem o Galvão Bueno e fala em "situação que vinha se desenhando há meses", no caso do Felipe Melo perder a cabeça no momento mais importante. Perdeu cabeça, tronco e membros. Foi triturado pela inexperiência de quem dá show em jogo amistoso e leva o maior "caldo" na hora do "vamo vê".

Me desculpem as expressões tão de arquibancada, mas só assim pra desabafar tanta frustração. Bem, como consolo dá pra lembrar da seleção do Parreira na Alemanha em 2006. Sim, aquela que levou gol da França, baixou a cabeça e quase pediu desculpas por existir. O time do Dunga pelo menos lutou e foi pra cima em busca do empate. Sem a categoria e o talento de Zico e Cia depois que levaram o terceiro da Itália em 82 e quase empataram aos 45 do segundo tempo, naquela cabeçada do Oscar que o Dino Zoffi agarrou em cima da linha. O time inteiro perdeu a cabeça hoje. Além de tronco, membros e cérebros. Se perdesse o bolso, aí é que eu queria ver o que aconteceria...(aí a viagem tá ficando pesada, né rapaziada?)

Nessas horas é que o teimoso sofre duplamente. Sofre na primeira, por ter que contrariar todo mundo em troca de um sentimento qualquer de orgulho; e sofre na segunda, quando a opinião que levanta como uma bandeira sem céu ao fundo se esfarela no vão do fracasso (não acredito! Até poesia já tô fazendo agora).

Pois o Dunga contrariou toda a nação, não levou Ganso, Neymar, Ronaldos, Adrianos e outros beberrões do mesmo quilate para dar chance a Josué, Michel Bastos, Gomes, Gilberto sei-lá-o-que (não é o Silva) e um punhado de outros pernas-de-pau. Por contusão perdemos Elano, hoje Felipe Melo foi expulso e não tínhamos, no banco de reservas, um único jogador macho que chamasse a responsa e dissesse pro Dunga: "Professor, me ponha dentro que eu resolvo".

Falando em Michel Bastos, adoraria saber como um sujeito desses consegue se profissionalizar em futebol. Cara, durante os 5 jogos na África do Sul não vi esse ala acertar um mísero cruzamento, nem fazer uma única triangulação, nem puxar um contra-ataque, além das faltas, faltas, faltas e cartões que parece ter feito questão de levar. Nem sei quantos foram, mas o de hoje foi idiota e por muito pouco não levou um avermelhado nas fuças.

Sabem o que vou fazer agora? Vou torcer é pra Argentina. Sem essa de rivalidades e outras picuinhas. Os caras ganham a mesma fortuna que os brasileiros e querem, além do dinheiro, ganhar a Copa. Aliás, me digam aí quem é o craque dessa Copa?

Messi, Cristiano Ronaldo, Kaká, Drogba, Hooney, Robben? Tirando o Messi, que ainda faz boas jogadas com a alvi-azul, o Ronaldo português é aquilo mesmo que o Casagrande falou: suas jogadas em replay são maravilhosas, mas jogando ao vivo é uma calamidade. Só marketing, comerciais e quem sabe filmes no cinema, mas jogar que é bom...nada. Aliás, bacalhau também nada né? (Perdão patrícios, também sou descendente portuga viu?)

Drogba e Robben? Que é isso? o africano só fez uma ou outra jogada, um ou outro gol, um deles no Brasil, e só. O Robben é o holandês que só puxa para o meio e chuta de esquerda e olhe lá. Nada além de uma ilusão.

Mas o que me decepcionou mesmo foram as atuações de Wayne Hooney e Kaká. Hooney era apontado, no começo do ano, como o provável cracaço da Copa. Fazia e acontecia pelo Manchester, era chamado de "Pelé branco" e outras heresias. Bastou a Jabulani rolar na África pro cara mostrar a que veio: nada (aqui nem rola mais bacalhau, que já tá frito!).

E o Kaká? Expulso infantilmente contra a Costa do Marfim. Entrou na provocação do adversário, apanhou feito ladrãozinho no xadrez e ainda foi pro chuveiro mais cedo. Pro cara que joga há anos na Europa deixar-se envolver assim é, no mínimo, coisa de criança. Outro candidato a craque que, talvez em 2014, faça a diferença, ou a indiferença, sei lá. Ele repetiu o que o Ronaldinho Gaúcho fez em 2006: amarelou. Um amarelo mais amarelo que o amarelo da camisa brasileira.

Na boa, quer saber quem é o craque da Copa? Ele nem entra em campo e chama-se Diego Armando Maradona. Dá verdadeiros shows na beira do campo, faz milhões de caras e bocas, provoca todo mundo nas coletivas e ainda agradece a Deus quando ganha. Dieguito é o showman que tanto faz falta dentro de campo. Politicamente incorreto? Prepotente? Maldito? Chamem do que quiserem que ele gosta é de tumulto mesmo. Não fosse assim nem teria vindo ao mundo. E tome bolada em brasileiros, franceses, alemães e quem mais se meter a besta. Esse é O CARA.

Finalizando, daqui há quatro anos a ilusão volta, o sonho já cinco vezes realizado também e a possível vitória agora em solo brasileiro. Com ou sem Jabulani, o jeito agora é se contentar com Ronaldo, Vagner Love, Washington e os trombadores de plantão do Brasileiro, que vai recomeçar assim que o Mundial acabar.

Câmbio, desligo!

Sérgio Augusto

Editor da Academia da Palavra