sábado, 21 de novembro de 2009

Música digital passará por revolucionária mudança de formato

O futuro da música digital está diretamente ligado à experiência do consumidor. Baixar MP3 para o celular, comprar discos via iTunes ou ouvir bandas por meio do MySpace são atividades que fazem parte do presente. Mas em poucos anos esse cenário irá mudar radicalmente, na opinião de Gilles Babinet, criador da Sawnd, empresa francesa que gerencia conteúdo musical.

A primeira mudança significativa já ocorre no âmbito da produção de música. As outrora poderosas gravadoras, que mantinham total controle sobre o gerenciamento de um artista, estão condenadas a desaparecer, segundo Babinet. Ou, no mínimo, devem ficar bem menores. "O tamanho não é mais uma vantagem na área da música. Selos pequenos, que atuem de uma maneira intensa na internet, vão ser bem sucedidos em um futuro próximo."

Para ele, o grande desafio que a música digital enfrenta hoje é o de encontrar um meio de proporcionar uma experiência significativa para o usuário, seja por meio de dispositivos fixos ou móveis.

E para que isso aconteça, artistas terão que pensar no seu produto como algo muito mais amplo. "Nós vamos concordar em pagar mensalidades para ouvir música, desde que a experiência seja fascinante. Ter um empresário que entenda de internet é obrigatório", diz Babinet, citando como exemplo a banda Black Kent, que era desconhecida e, por conta da sua atuação na internet, já conseguiu ter vídeos vistos mais de 6 milhões de vezes. "Graças à boa música, mas também graças ao bom marketing on-line."

Fim do MP3

Babinet afirma que o MP3 começará a desaparecer a partir de 2010. "Isso porque se trata de um formato antigo, criado há 20 anos, com qualidade de som limitada. O MP3 funciona para download, mas o crescimento de oferta de serviços em streaming [em que não é preciso baixar o conteúdo] pode combater sua predominância."

Em cinco, dez anos, a maioria dos usuários da Europa e dos Estados Unidos terá feito assinaturas de serviços que oferecem música. "Vídeos vão se firmar como uma nova maneira de ouvir música, especialmente por conta do crescimento de plataformas de vídeos de música em alta definição, que ainda não existem", diz ele. "Interação das bandas com sua comunidade de fãs será o padrão", acrescenta.

Fonte: Daniela Arrais/Folha de S.Paulo