sábado, 30 de janeiro de 2010

Imprensa vive perseguida na Venezuela, dizem jornalistas

A situação da liberdade de imprensa na Venezuela foi qualificada neste sábado como uma "área de desastre" por três grupos de jornalistas do país, que denunciaram também uma perseguição do governo Hugo Chávez a dois profissionais do setor. O Colégio Nacional de Jornalistas, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa e o Círculo de Repórteres Gráficos divulgaram hoje um comunicado em que dizem que não é "tempo para ser covarde", e sim para se exercer a cidadania com "integridade e dignidade".

Na nota, as agremiações expressam "total solidariedade e apoio" a Miguel Ángel Rodríguez e Laureano Márquez, acusados pelo governo de incitar a violência através da rede de TV e do jornal em que, respectivamente, trabalham. Embora no comunicado os jornalistas façam um apelo para que o governo "reflita e retifique suas ações", também acusam o regime chavista de tentar sufocar posturas críticas, bloquear fontes de informação e perseguir judicialmente profissionais do setor.

"Preocupados com o estado de direito e o cumprimento da lei, condenamos energicamente a repressão contra estudantes, universidades autônomas, empresários, jornalistas e a imprensa, o cerco sistemático existente na Venezuela a tudo o que não veste vermelho, através da institucionalização da violência seletiva fomentada desde o poder", conclui a nota.

Punição

Chávez anunciou hoje que pedirá ao Ministério Público (MP) uma punição ao diário opositor "Tal Cual", de Caracas, por um texto de humor estampado na capa da edição de sexta-feira. Com o título "Governo denuncia que diário privado 'Tal Cual' incita a violência", a estatal agência de notícias ABN publica que o Ministério da Comunicação e Informação emitiu um comunicado ressaltando que o diário do dirigente opositor Teodoro Petkoff "desrespeita a democracia venezuelana".

"Além disso, faz uma chamada flagrante ao desconhecimento da ordem constitucional e incita a violência como via de luta política para conseguir o que (os opositores) sabem que não poderão conseguir jamais através da via eleitoral", diz a nota do Ministério. Usando fotografias de incidentes de rua, do cubano Fidel Castro, do nicaraguense Daniel Ortega e outras, e com o título de "Venezuela sem Esteban" (em alusão a Chávez) e evidenciando uma "clássica cartilha fascista", segundo o Ministério, o editor Laureano Márquez imaginou um país pós-Chávez.

"Na primeira página é mostrada uma imagem que faz alusão a como seriam os primeiros dias posteriores ao golpe de Estado. Se justifica o uso da violência social, da guerra civil, como forma de chegar ao poder", segundo a interpretação do governo contida no comunicado. Em 2007, Márquez publicou também na capa do "Tal Cual" uma carta humorística a uma filha de Chávez. O jornalista foi multado em US$ 50 mil, quantia arrecadada em uma coleta pública.

Fonte: EFE e Folha Online

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Documentários mostram cenas inéditas da II Guerra

Parece filme, mas são imagens inéditas da Segunda Guerra Mundial, digitalizadas pelo "Canal História" para a série documental "IIGM: os arquivos perdidos", uma série épica apresentada hoje por um daqueles soldados que saiu dos Estados Unidos pensando que matar nazistas "era um jogo". O soldado de infantaria Roscoe "Rockie" Blunt tem agora 92 anos, usa dois aparelhos auditivos e uma bengala e possui um humor à prova de bombas. Mas quando em 1944 foi enviado para lutar na Europa, era um jovem inconsciente com ordens de "odiar" e "matar", preocupado só em "exterminar" nazistas e guardar 'souvenires' arrancados dos corpos.

Essa é uma das "confissões" que Blunt faz na série, que o "Canal História" estreará na Espanha em 3 de março e que hoje jornalistas da Europa e Ásia puderam contemplar junto a ele em Varsóvia, "um dos palcos mais sangrentos, atrozes e chocantes da guerra". Blunt conta nela que, quando chegou à Europa, à Bélgica, matar parecia algo banal e que tirou objetos dos corpos dos alemães sem qualquer pudor. Contudo, enquanto avança pela Europa para chegar ao coração do Terceiro Reich, descobre o inimigo que o acompanhou desde então: sua consciência, cada vez mais angustiada perante aquele horror.

"Não há um só dia em minha vida que não volte a 1944-1945: cada noite penso no horror que vivi e que protagonizei, matando e vendo morrer. Essas imagens aterrorizantes vão me acompanhar para sempre", disse Blunt na apresentação, que em seu retorno aos EUA se tornou jornalista investigativo e um célebre músico de jazz.

"A mensagem que eu gostaria de transmitir com minha participação nesta indispensável série é que nunca podemos permitir que se repita algo tão terrível, que causou tanto dano a todos, mesmo aqueles que não tivemos outra escolha", acrescentou emocionado. Mas os "verdadeiros protagonistas" da produção - estreada em novembro nos EUA com mais de 24 milhões de espectadores a cada dia, o dobro do habitual - são as quase 3 mil horas de imagens "perdidas" que permaneciam em arquivos de 35 países e que foram recuperadas e digitalizadas durante dois anos.

Nelas aparecem cenas de guerra, da vida cotidiana dos "rapazes" mobilizados e da dos civis que sofreram na guerra, com relatos em primeira pessoa ou através de cartas, documentos e crônicas, de 12 veteranos americanos, entre eles soldados, médicos e correspondentes, dos que só "restam" vivos seis.

Fonte: EFE

Elas dominam: mercado de trabalho tem cada vez mais mulheres

A queda do desemprego nos últimos anos significou uma redução de 752 mil pessoas à procura de emprego, de 2003 a 2009. A população desocupada caiu 28,7% nesse período. Ao mesmo tempo, a população ocupada aumentou 14% ao longo dos últimos sete anos, de acordo com dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ao longo dos últimos anos, foi constatado crescimento significativo de mulheres no mercado de trabalho. Elas representaram 45,1% da população ocupada em 2009, ou seja, 9,6 milhões de mulheres estavam empregadas nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. Em relação a 2003, a participação delas cresceu 19,4%. Naquele ano, as mulheres significavam 43% (8 milhões de pessoas) da população ocupada.

A taxa de desemprego entre as mulheres foi de 9,9% em 2009, ante 10% no ano anterior. Já entre os homens, houve aumento de desocupados. Em 2009, 6,5% da população economicamente ativa masculina estava desempregada. Em 2008, essa proporção era de 6,1%. A PME observou também aumento do contingente de trabalhadores com mais de 50 anos de idade. Em 2009, as pessoas dessa faixa etária representaram 20,9% da massa empregada nessas regiões, o que significa incremento de 42% frente a 2003.

Os dados de 2009 demonstram ainda que as pessoas com maior escolaridade ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho. No ano passado, os trabalhadores com 11 anos ou mais de estudo representaram 57,5% dos ocupados. Em 2003, essa proporção era de 46,7%. Em 2009, 66,8% dos trabalhadores contribuíram para a previdência, percentual recorde desde 2003, quando 61,2% estavam enquadrados nesse quesito. Em valores absolutos, observou-se queda sobre 2008.

No ano passado, 14,2 milhões de pessoas contribuíram para a previdência, ante 14,3 milhões no ano anterior. Já entre a população desocupada, o IBGE destaca que houve aumento de 26,6% entre as pessoas com nível superior, de 2008 para 2009.

Fonte: Cirilo Júnior/Folha Online

Companhia lança serviço anônimo de busca na web

A companhia de buscas on-line Startpage lançou um serviço que permite a usuários preocupados com sua privacidade executar pesquisas na web e clicar nas páginas de resultados sem que sejam identificados, rastreados ou registrados. Ao contrário dos serviços de busca convencionais, que recolhem informações comercialmente valiosas sobre o comportamento dos usuários, a Startpage (www.startpage.com), uma empresa de capital fechado, se concentra na privacidade desde 2005.

A Startpage, também conhecida como Ixquick fora dos Estados Unidos e do Reino Unido, já oferecia buscas privadas, mas os usuários deixavam a proteção da empresa ao clicar em um resultado de busca e entrar em site de terceiros. O novo serviço oferece o uso de um proxy da Startpage, o que significa que o usuário é invisível em todos os sites, ainda que as páginas sejam carregadas com mais lentidão porque a Startpage precisa primeiro localizar o conteúdo e exibi-lo.

"O acontecimento que me despertou surgiu no ano passado", disse Katherine Albrecht, que cuida de relações com a mídia e do marketing da Startpage nos Estados Unidos. Ela diz ter percebido que o Google havia instalado um programa que monitorava os usuários que digitavam termos de busca indicativos de que estivessem sofrendo de gripe e que estava divulgando essas informações para o Centro de Controle de Doenças dos EUA.

"Eu já vinha defendendo a privacidade há 10 anos, mas mesmo assim usava a tecnologia do Google, como todo mundo mais", afirmou. O presidente-executivo do Google, que domina o mercado mundial de buscas, irritou os críticos com declarações em uma entrevista de TV, no mês passado. "Se existe alguma coisa em sua vida que você deseja que ninguém mais saiba, talvez o melhor seja que você não a faça", disse Eric Schmidt, em entrevista ao canal de notícias CNBC.

"A realidade é que os serviços de buscas, entre os quais o Google, retêm informações por algum tempo", disse. "Estamos todos sujeitos ao Patriot Act, nos EUA. Existe a possibilidade de que essas informações sejam encaminhadas às autoridades". Em 2006, entretanto, o Google foi o único grande mecanismo de busca a rejeitar intimação do Departamento de Estado dos EUA para entregar dados, afirmando que a exigência violava a privacidade das buscas dos internautas e segredos comerciais da companhia.

Os rivais Microsoft e Yahoo! atenderam a demanda do governo norte-americano. A Startpage não mantém informações sobre seus usuários e por isso não podia ser forçada a entregar qualquer coisa. A Startpage afirma que tem sido lucrativa pelos últimos cinco anos. A empresa é financiada por publicidade, incluindo links patrocinados que são exibidos de acordo com o conteúdo de sites e pesquisas mas não segundo um perfil do usuário.

Fonte: Reuters

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

The Beatles, em versões de amigos, ganham lançamento especial


Em janeiro de 1962, quando os Beatles fizeram um teste para a Decca Records, em Londres, apresentaram 15 canções --três delas eram composições de Lennon e McCartney. Levaram um "não" do produtor Tony Meehan --que dificilmente teve um sono tranquilo a partir do ano seguinte, com o boom da beatlemania.

Integrantes dos Beatles posam ao lado do produtor musical George Martin em 1963
"Like Dreamers Do", "Hello Little Girl" e "Love of the Loved", as três composições próprias da audição, ganharam as paradas britânicas, respectivamente, com o The Applejacks e com dois colegas de Cavern Club: o The Fourmost e a cantora Cilla Black, chapeleira da casa de shows antes da fama.

Essas e outras 30 composições dos Beatles em versões de bandas e artistas nos anos 60 estão reunidas na série "4Ever - Os Beatles por Seus Amigos", lançada pelo selo Discobertas. "As gravações são verdadeiros complementos à discografia dos Beatles. É material genuíno e historicamente paralelo, gravado em sua maior parte no mesmo estúdio e com o mesmo produtor dos Beatles", explica Marcelo Fróes, do selo.

São três álbuns com gravações feitas de 1963 a 1969 por grupos e cantoras que emergiram da cena de Liverpool e acabaram nas mãos do empresário Brian Epstein (também dos Beatles) ou que eram amigos da banda. Foi por via pessoal, por exemplo, que Peter & Gordon gravaram canções de Lennon e McCartney. Peter era irmão da atriz Jane Asher, namorada de Paul nos anos 60.

"4Ever" traz três versões para "Yesterday": com Alma Cogan, com Cilla Black e com Mariana Faithfull, namorada de Mick Jagger, que entoa o clássico com piano, harpa e coral. Traz também uma "You've Got to Hide Your Love Away" hippie-folk do The Silkie, produzida por Lennon e McCartney. A série ainda resgata canções nunca gravadas pelo quarteto, como "Bad to Me", com Billy J. Kramer & The Dakotas.

Fonte: Fernanda Mena/Folha de S.Paulo

Foto: Divulgação

Zico de volta ao Fla; ex-jogador será convidado para compor diretoria

No dia seguinte à declaração de Zico, de que pensava em um dia retornar ao Flamengo, a presidente do clube, Patrícia Amorim, admitiu nesta quarta-feira que fará contato com o ídolo rubro-negro para dar início às conversas. A ideia inicial é ter o treinador e ex-jogador como integrante da diretoria de futebol. Durante a apresentação do novo patrocinador do clube (a Batavo), na tarde desta quarta, a mandatária revelou o desejo recíproco de ter o Galinho na direção. "Flamengo e Zico sempre tiveram uma química perfeita. Mas vamos conversar com tranquilidade", disse Amorim, em entrevista à "Rádio Brasil".

A calma na negociação passa pela definição de um cargo em que Zico possa somar esforços à diretoria que trabalhou no título do Campeonato Brasileiro. O atual diretor de futebol do clube, Marcos Braz, já sinalizou que não tem receio algum e também aprovaria a chegada do ídolo flamenguista à Gávea. Na terça-feira, Zico admitiu que já pensa em voltar. "Se tiver que acontecer, vai acontecer de forma natural. Já tive tempos de não pensar sobre isso, hoje já passa pela minha cabeça. O torcedor poder ter uma esperança. Mas tem que ser visto com calma, para não dar um passo errado", disse ao "Sportv".

Fonte: Gazeta Press

Cientistas transformam células cutâneas em neurônios

Pesquisadores transformaram células cutâneas normais de ratos diretamente em neurônios, sem a necessidade de células-tronco ou mesmo de assemelhados, ampliando enormemente o campo da medicina regenerativa. A experiência abre a perspectiva de que um dia seja possível retirar uma amostra da pele de um paciente para transformar as células em um tecido sob medida para transplantes no tratamento de doenças cerebrais, como os males de Parkinson e Alzheimer, ou para a cura de lesões de coluna.

"Este estudo é um enorme salto à frente", disse Irving Weissman, diretor do Instituto para a Biologia da Célula-Tronco e da Medicina Regenerativa na Universidade Stanford, na Califórnia, onde o trabalho foi feito e patenteado. Trabalhos anteriores com células-tronco em ratos puderam ser repetidos em humanos em questão de meses.

Os especialistas também esperam reprogramar células comuns para transformá-las em outros tipos de células, de modo a ajudar na substituição de fígados deteriorados e no tratamento de doenças como diabete e câncer. Em artigo na revista Nature, os pesquisadores disseram ter usado apenas três genes para transformar as células cutâneas diretamente em neurônios, que eles batizaram de "células neuronais induzidas".

"Induzimos ativa e diretamente um tipo de célula para se tornar um tipo completamente diferente de célula", disse Marius Wernig, da Universidade Stanford, que dirigiu o estudo. "São neurônios totalmente funcionais. Eles podem fazer todas as coisas principais que os neurônios fazem no cérebro". Wernig se disse surpreso com o sucesso do trabalho. Cientistas achavam até então que era necessário fazer as células regredirem a um estágio mais primitivo antes que elas pudessem mudar de direção.

"Para ser muito honesto, eu não tinha certeza de que iria funcionar. Foi um desses projetos de alto risco e alta recompensa", disse Wernig por telefone. "Funcionou, na verdade relativamente rápido". A equipe já está tentando fazer o mesmo com células humanas, mas Wernig disse que nesse caso parece ser um pouco mais complicado.

O grande foco da medicina regenerativa tem sido as células-tronco embrionárias humanas, que retêm a capacidade de gerar qualquer tipo de tecido do organismo. Mas seu uso é polêmico e restrito. Nos últimos anos, os cientistas também conseguiram fazer células cutâneas regredirem para um estágio semelhante ao das células-tronco, quando são chamadas de células-tronco pluripotentes induzidas.

A nova experiência pula todas essas fase intermediária e, embora não signifique de imediato que não há necessidade do uso de células-tronco embrionárias, ela sugere que há um caminho para evitá-las. Um problema das novas células é que elas não proliferam bem em laboratório e não vivem tanto quanto as células-tronco primitivas. Mas Wernig disse acreditar que será possível transformar as células cutâneas em todos os outros tipos.

"É preciso apenas encontrar o coquetel de transcrição correto, e você poderá transformar qualquer coisa que quiser em qualquer (outra) coisa que quiser", disse Wernig. Fatores de transcrição são genes que dizem o que outros genes têm de fazer. Cada célula no organismo contém todo o mapa do DNA, ou genoma, mas só determinados genes operam em certas células.

Fonte: Maggie Fox/Reuters

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Risco de assaltos faz USP redobrar a segurança

Em meio à retomada do crescimento de roubos no câmpus da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste, o coordenador do câmpus, professor Antonio Carlos Massola, afirmou que pretende adotar uma série de medidas de segurança. Entre as ações está contratar mais 20 guardas e instalar quiosques da Guarda Universitária nos pontos mais vulneráveis do local, onde cerca de 80 mil pessoas circulam diariamente. Entre 2007 e 2008, o número de roubos caiu de 71 para 39; no ano passado, subiu para 56. Os furtos, porém, caíram de 335 para 316 entre 2008 e 2009.

O patrulhamento no câmpus está a cargo da Guarda Universitária, formada por 130 homens não armados cujas tarefas incluem prestar informações e cuidar das três portarias, cinco portões, do trânsito e da área de 4,7 milhões de metros quadrados da USP. "É difícil ter um mecanismo capaz de coibir quando sua guarda tem um número limitado", disse Massola.

Apesar da maior quantidade de roubos, um possível pedido de ajuda à Polícia Militar (PM) é incerto. Em 2007, depois da greve de professores, a corporação removeu a base da Prefeitura da Cidade Universitária. No episódio, manifestantes cercaram a unidade. "Há um problema muito sério quando se põe a PM aqui dentro, que é a reação estudantil e, às vezes, até de docentes", afirmou Massola.

Segundo o coordenador, o assunto deverá ser discutido com o novo reitor, João Grandino Rodas, que tomou posse ontem. Em nota, a PM informou que existe uma viatura exclusiva para atender ocorrências no câmpus e que mantém "um policial" no Hospital Universitário.

Fonte: Elvis Pereira/Estadão

Cineasta brasileiro ganha homenagem em festival de cinema de Toulouse

A 22ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de Toulouse, no sul da França, homenageará o diretor brasileiro de curtas-metragens Kleber Mendonça Filho, autor de obras como "A menina do algodão" (2002) e "Eletrodoméstica" (2005). A mostra, intitulada "Encontros de Cinema da América Latina", que será realizada entre os dias 19 e 28 de março, destacará o emergente cinema LGTB (lésbico, gay, transexual e bissexual) latino-americano, informaram hoje os organizadores.

O festival dedicará também uma seção ao bicentenário da independência da Argentina, Chile, Colômbia e México. Além disso, ressaltará a "geração atual de cineastas mexicanos", e no centenário da revolução desse país. Os organizadores, que ainda não desvelaram a lista de filmes em concurso, manterão também a seção tradicional do "Grande Prêmio Coup de Coeur", na qual concorrerão sete longas-metragens inéditos na França, e o Prêmio do Público da revista cultural "Intramuros".

Além disso, continuará a competição oficial "Découverte" da Crítica Francesa, na qual serão projetados primeiros ou segundos longas-metragens de cada diretor em disputa. Serão concedidos o prêmio "Rail d'Oc", outorgado pelos "ferroviários cinéfilos", e o Prêmio da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica à melhor "opera prima". O Festival contará também com categorias oficiais dedicadas aos documentários filmes e aos curtas-metragens, e com outras seções paralelas fora de concurso.

Fonte: EFE

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Songbook dos Beatles já pode ser adquirido via iTunes

Os fãs canadenses e norte-americanos dos Beatles já podem adquirir o primeiro produto licenciado da banda na loja virtual de música iTunes, informou o site da revista “Spinner”. “The little black songbook of The Beatles” é um novo aplicativo para o celular iPhone, que inclui letras e cifras para mais de 160 canções do grupo.

Cada música conta com amostras sonoras e detalhes de cada acorde utilizado. O aplicativo também contém 30 faixas gravadas para que o usuário possa tocar junto, e até mesmo algumas vídeo-aulas de instrução para auxiliar no aprendizado.

Batalha judicial

A Apple Corps, empresa fundada pelos Beatles em 1968, e a Apple Inc, gigante da computação e criadora do iTunes, têm um passado de disputas judiciais em torno da marca (uma maçã) desde 1978. Em 1991, um acordo concedeu à Apple Corps. o uso exclusivo do símbolo no âmbito artístico. As companhias, entretanto, voltaram a entrar em conflito em 2003, quando a Apple Inc lançou no mercado o serviço de downloads e o player iPod, percebidos pela empresa dos Beatles como uma invasão de seu território.

Um novo acordo então foi firmado: a empresa de informática passou a ter controle total sobre a marca Apple, mas desde então concede licenças à empresa dos Beatles para seu uso contínuo. Apesar do cessar-fogo, a longa espera pelo lançamento dos 12 álbuns oficiais dos Beatles em formato digital parece longe de terminar.

Fonte: G1

Qualidade do ensino atrai cada vez mais brasileiros para a China

A China está do outro lado do mundo, fala uma língua hermética e há poucos anos estava longe de ser reconhecida pela excelência acadêmica. Mas a emergência econômica tem levado um número crescente de brasileiros a se inscrever em cursos de MBA e mestrados em inglês de instituições de Pequim e Xangai. Além da formação, os estudantes buscam conhecer o ambiente de negócios do país que vai superar o Japão e se tornar a segunda maior economia do mundo em 2010 e que desbancou os Estados Unidos como principal parceiro comercial do Brasil em 2009.

A relevância econômica da China e a rapidez das transformações experimentadas pelo país foram os principais fatores que levaram o executivo Paulo Menegusso, de 36 anos, a deixar um emprego na Embraer em 2004 e aterrissar com a mulher e dois filhos em Xangai, onde havia sido aceito no MBA da China Europe International Business School (CEIBS). Na oitava posição no ranking dos melhores MBAs elaborado pelo jornal Financial Times, o curso do CEIBS é também mais barato que opções equivalentes. "Isso permitiu que eu cursasse a escola sem me endividar", diz Menegusso, o primeiro brasileiro a se inscrever na CEIBS.

Rodrigo Rodrigues, de 33, foi o segundo e iniciou o MBA em agosto de 2008. Os 19 meses de aulas custaram US$ 39 mil, menos da metade dos US$ 80 mil a US$ 120 mil que pagaria se optasse por uma das instituições americanas que estão no ranking. "As relações comerciais entre Brasil e China vão crescer cada vez mais e é importante ter um pé aqui", observou. Razões semelhantes convenceram Gutemberg Lopes, José Mário Antunes e Felipe Santos a escolher o Mestrado em Desenvolvimento Internacional da Universidade Tsinghua, a melhor do país.

A Tsinghua aparece em 49º lugar no ranking das melhores universidades do mundo elaborado pela instituição britânica Times Higher Education, à frente de pesos-pesados como a New York University, o Tokyo Institute of Technology e a London School of Economics. A instituição também é um dos destinos preferidos da elite tecnocrata do Partido Comunista Chinês. Foi lá que o presidente Hu Jintao se formou em engenharia, nos anos 60.

Fonte: Estadão

Para Oliver Stone, versão oficial da morte de Kennedy é um "conto de fadas"

O cineasta americano Oliver Stone declarou nesta segunda-feira (25), em Bangcoc, capital da Tailândia, que a versão oficial do assassinato do presidente John F. Kennedy, em 1963, é um "conto de fadas nacional" e que Lee Harvey Oswald, o suposto assassino, foi um bode expiatório. Stone, vencedor de três Oscar, fez tais afirmções durante a conferência que realizou em um centro educacional, perante 300 alunos, sobre a arte do cinema e a paz, em uma série de discursos promovidos pela ONG International Peace Foundation.

"Muitos americanos influentes encontram-se em estado de negação total sobre essa história. Não querem nem ouvir falar da possibilidade de que (Kennedy) foi assassinado por outra pessoa que não Lee Harvey Oswald", disse o diretor.


Conspiração

Em seu filme "JFK", de 1991, Stone sugere que uma obscura conspiração dentro da CIA tramou o assassinato do presidente democrata e católico da poderosa família dos Kennedy durante um desfile na cidade de Dallas, em 1963. A Polícia deteve Lee Harvey Oswald como suposto autor do magnicídio, mas o suspeito foi assassinado antes que pudesse ser julgado. Já aquele que seria o "cérebro" da trama da CIA, Clay Shaw, foi absolvido por um tribunal.

"Era uma história impressionante e por isso fiz o filme. Pensei que seria respeitado por isso, mas fui muito criticado pela imprensa governista. Me chamaram de mitômano e propagandista", lamentou o cineasta premiado na academia de cinema americana como "O expresso da meia-noite" (como roteirista), "Platoon" e "Nascido em 4 de julho".

Fidel e Chávez

Stone também se destacou por sua amizade com o ex-líder cubano Fidel Castro e com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, autoproclamados inimigos número um do "imperialismo" dos Estados Unidos. Em setembro passado, apresentou no Festival de Veneza o documentário "South of de border", no qual elogia a figura de Chávez e critica a política externa americana e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Fonte: EFE

Foto: Divulgação

Cérebro humano só absorve 150 amigos virtuais, segundo estudo

O cérebro humano é capaz de administrar um máximo de 150 amigos nas redes de relacionamento disponíveis na internet, como os sites Facebook e Orkut, revelou uma pesquisa realizada na Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha. Segundo Robin Dunbar, professor de antropologia evolucionária na entidade, este número é praticamente o mesmo que se via antes da existência desses sites.

Nos anos 90, o cientista desenvolveu uma teoria batizada de "Número de Dunbar", que estabelece que o tamanho do neocortex humano - a parte do cérebro usada para o pensamento consciente e a linguagem - limita a capacidade de administrar círculos sociais a até 150 amigos, independente do grau de sociabilidade do indivíduo.

Sua experiência se baseou na observação de agrupamentos sociais em várias sociedades - de vilarejos do neolítico a ambientes de escritório contemporâneos. Segundo Dunbar, sua definição de "amigo" é aquela pessoa com a qual outra pessoa se preocupa e com quem mantém contato pelo menos uma vez por ano.

Homens e mulheres

Ao se questionar se o "efeito Facebook" teria aumentado o tamanho dos círculos sociais, ele percebeu que não. "É interessante ver que uma pessoa pode ter 1,5 mil amigos, mas quando você olha o tráfego nesses sites, percebe que aquela pessoa mantém o mesmo círculo íntimo de cerca de 150 pessoas que observamos no mundo real", afirmou Dunbar, em entrevista ao jornal The Times.

"As pessoas se orgulham de ter centenas de amigos, mas a verdade é que seus círculos são iguais aos dos outros". Ainda segundo Dunbar, o comportamento de homens e mulheres em relação às amizades é diferente. "Elas são melhores em manter as amizades apenas conversando com os amigos. Os homens precisam fazer alguma coisa juntos para se manterem em contato", explicou.

Fonte: BBC

Carência de mão de obra especializada já se faz notar no País

O mercado de trabalho foi um dos últimos a se recuperar da crise, mas o medo de perder o emprego já é passado para os brasileiros. Empresas, comércio e serviços não só voltaram a contratar, como falta trabalhadores com qualificação suficiente para preencher vagas. Empresários e analistas temem a repetição do "apagão de mão de obra" de 2008, o que comprometeria o avanço sustentável da economia.

"Toda vez que o Brasil cresce 4,5% ou mais, falta mão de obra qualificada", disse o professor da Universidade de São Paulo (USP) José Pastore, especialista em trabalho. No mercado, prevê-se que o Produto Interno Bruto (PIB) suba de 5% a 6% este ano. O déficit de trabalhadores qualificados é preocupante na construção civil, mas ocorre também no agronegócio, na saúde, em hotéis e até em alguns ramos da indústria.

Uma estimativa da consultoria LCA, com base no Cadastro Geral de Trabalhadores (Caged) e na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), aponta que o número de brasileiros empregados atingiu 32,28 milhões em novembro de 2009, 1,1 milhão a mais que em outubro de 2008, antes da crise, quando o problema de falta de mão de obra qualificada era grave. Em dezembro, com a demissão dos temporários contratados para o Natal, caiu para 31,87 milhões, 685 mil a mais que antes da crise.

Há uma diferença entre os setores. Na construção, no comércio e nos serviços, o número de empregados supera o nível anterior à crise. Na indústria, há 289 mil pessoas sem emprego em relação a outubro de 2008. "Tem um estoque de trabalhadores qualificados à disposição no setor", disse o economista da LCA Fábio Romão. Ele prevê que a indústria retomará o nível de antes da crise em meados do ano. "Em alguns meses, teremos falta de mão qualificada geral", prevê o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva.

Fonte: Estadão

Brasil, uma das maiores vítimas da pirataria musical online

O Brasil, a Espanha e a França são os países mais afetados pela troca ilegal de arquivos de música pela internet, de acordo com a IFPI, associação que representa as maiores gravadoras do mundo. O problema desses três países, afirma o instituto, é que, "apesar dos esforços da indústria", não conseguiu se estabelecer fortemente um serviço legal de venda de música pela internet. A consequência, diz, é que a venda de CDs desabou e o comércio pela web não conseguiu compensar nem de perto.

No Brasil, as vendas de músicas caíram mais de 40% entre 2005 e 2009, calcula a IFPI, e um dos efeitos dessa queda é que as cinco maiores gravadoras que atuam no país lançaram 67 álbuns de artistas locais em 2008 --ante 625 novos CDs uma década antes. "Isso tem sido particularmente danoso para um mercado em que 70% da música consumida é de repertório doméstico", diz a associação.

Ela afirma ainda que as quedas nas vendas de CDs no Brasil, na Espanha e na França também mostram que é um "mito" a tese de que a arrecadação com shows compensa a queda na venda de álbuns. "Os ganhos com as performances ao vivo beneficiam mais, geralmente os veteranos, que já estão estabelecidos, enquanto os mais jovens, sem uma carreira lucrativa com shows, é que não têm a chance de desenvolver a sua carreira por meio da venda de CDs."

O IFPI estima que a venda global de música por meio físico (especialmente CDs) tenha caído 16% em 2009, para US$ 11,6 bilhões, enquanto o comércio digital somou US$ 4,2 bilhões, alta de 12% em relação a 2008. Desde 2004, as vendas digitais cresceram 940%, mas o mercado total de música encolheu 30%.

Fonte: Folha de S.Paulo

domingo, 24 de janeiro de 2010

Roqueiros do Scorpions anunciam fim da banda

A banda de rock alemã The Scorpions, anunciou neste domingo (24) a intenção de encerrar seus 40 anos de carreira após um último álbum e uma derradeira turnê. A banda é famosa pela balada "Wind of change", lançada em 1990 como um símbolo da queda do Muro de Berlim. A música se tornou rapidamente um grande sucesso internacional, e chegou ao topo das paradas do mundo inteiro em 1991.

"Sim, vamos parar", confirmou o fundador da banda, o guitarrista Rudolf Schenker, 61 anos, em declarações ao tablóide "Bild am Sontag". "Estamos neste momento trabalhando em nosso último álbum, e preparando nossa última turnê", que deverá durar dois ou três anos, acrescentou, explicando que a decisão se deve à idade avançada dos integrantes da banda.

"Queremos sair de forma digna", declarou. "A ideia é encerrar nossa carreira com um álbum de forte impacto e uma turnê espetacular", destacou o vocalista Klaus Meine, 61 anos. O 22º e último álbum da banda fundada em 1965 deve se chamar "Sting in the tail" e ser lançado no dia 19 de março, segundo o "Bild".

Fonte: AFP

sábado, 23 de janeiro de 2010

Sacerdotes digitais: Bento XVI estimula padres a explorarem recursos da internet

O papa Bento XVI incentivou os padres a explorarem "com sabedoria" todas as possibilidades da internet, em mensagem para o 44º Dia mundial das comunicações sociais - comemorado no dia 16 de maio pela Igreja católica - publicado neste sábado. Os padres "devem explorar com sabedoria as peculiares oportunidades proporcionadas pela comunicação moderna", estimou o Papa. "Que o Senhor lhes transforme em heróis apaixonados do Evangelho também no novo 'agora' criado pelos meios de comunicação atuais", declarou.

Na mensagem, intitulada "O padre e a pastoral no mundo digital: os novos meios de comunicação ao serviço da Palavra", Bento XVI elogiou "os novos meios de comunicação", que "proporcionam perspectivas sempre novas e pastoralmente imensas". A "considerável influência" destes meios "torna seu uso no ministério sacerdotal sempre mais importante e útil", acrescentou.

Trata-se para os padres de "anunciar o Evangelho utilizando, junto com os meios tradicionais, a nova geração de meios audiovisuais (fotos, vídeos, animações, blogs, sites), ferramentas indispensáveis para a evangelização e a catequese", explicou o Papa. Para Bento XVI, a palavra de Deus tem que "trilhar seu caminho nos inúmeros cruzamentos criados pela extensa rede de autopistas que atravessam o espaço da internet" e "afirmar o direito de cidadania de Deus, qualquer que seja a época".

O Papa advertiu, porém, para o risco de "considerar erradamente a internet apenas como um espaço a ser ocupado", e recomendou aos padres que se mantenham "constantemente fiéis à mensagem evangélica". O Vaticano já utiliza a internet, e criou em janeiro um canal que pode ser acessado pelo site YouTube. Desde maio de 2009, o site www.pope2you.net permite receber mensagens do Papa através da rede de socialização Facebook. Este site foi acessado quase dois milhões de vezes no dia do Natal, afirmou Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifical das Comunicações Sociais.

Fonte: AFP

Nova Lei do Inquilinato entra em vigor na segunda-feira

Entram em vigor na segunda-feira as modificações aprovadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na nova Lei do Inquilinato (Lei nº 12.112/2009). As mudanças prometem mais rigor com os inadimplentes e mais celeridade nos processos de despejo. A caução pode voltar a ser usada e o seguro-fiança também deve ficar mais acessível.

Quanto aos preços dos aluguéis, há especialistas do mercado que acreditem em uma tendência de queda, enquanto outros temem o aumento das manobras oportunistas por parte de proprietários. A expectativa de envolvidos no mercado imobiliário é de que os despejos, que hoje costumam demorar entre 12 e 14 meses, se concretizem em 6 ou 7 meses, por causa da simplificação dos trâmites legais no período entre a decisão judicial e a retirada do locatário do imóvel.

"Foi suprimida a segunda notificação judicial ao inadimplente, aquela notificação na qual ele ‘foge’ do oficial de justiça", afirma Jaques Bushatsky, diretor de legislação do inquilinato do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). O novo texto da lei prevê, também, o despejo do inadimplente em 15 dias nos casos de contratos sem garantia de fiador ou seguro fiança. Segundo Bushatsky, o novo dispositivo, aliado ao aumento da confiança dos proprietários de imóveis na velocidade da Justiça, pode estimular o aumento de oferta de imóveis e, com isso, puxar para baixo os preços.

"Não há um dado preciso, mas existem muitos imóveis vazios que o dono não quer alugar com medo de ter problemas. As mudanças podem incentivá-los a alugar, e com isso a oferta sobe", avalia o diretor do Secovi-SP. Por outro lado, outras modificações levantam a hipótese contrária, de aumento de preços. Na legislação em vigor hoje, o locatário pode se valer da purgação de mora duas vezes a cada 12 meses, ou seja, pode ter ganho de causa na Justiça caso atrase o pagamento.

A nova regra estipula o limite de uma purgação de mora a cada 24 meses, o que, segundo o advogado Mário Cerveira Filho, do escritório Cerveira e Dornellas, pode até encarecer o aluguel tanto residencial quanto comercial. "Depois do primeiro atraso, o inquilino fica na mão do dono", afirma Cerveira Filho. "O proprietário pode pedir um preço maior, esperar outro deslize e, assim, alugar mais caro para um outro interessado".

Fonte: Paulo Darcie/AE

Divulgada lista dos maiores fracassos cinematográficos dos últimos cinco anos

O filme "A Grande Ilusão", dirigido por Steven Zaillian e que tem Sean Penn como protagonista, é o maior fracasso de bilheteria dos últimos 5 anos, segundo uma lista publicada hoje pela "Forbes". A produção, do ano de 2006 e que conta ainda com Kate Winslet, Jude Law, Anthony Hopkins e James Gandolfini, gerou apenas US$ 9 milhões --bem abaixo do orçamento de US$ 55 milhões.

O segundo lugar ficou para "The Express - A história de Ernie Davis", de 2008. O filme conta a trajetória de um jogador de futebol americano universitário que sofreu com o preconceito racial. Seu orçamento foi de US$ 40 milhões, contra US$ 10 milhões em bilheteria. O terceiro lugar é de "Stay - Entre a vida e a morte", produção de 2005 que conta com Ewan McGregor e Naomi Watts no elenco. Foram apenas US$ 8 milhões recuperados, e US$ 30 milhões gastos.

Também aparecem na lista "Grindhouse" (2007), de Quentin Tarantino; "Invasores" (2007), com Nicole Kidman; e dois com Eddie Murphy como estrela: "Minha filha é um sonho" (2009) e "O grande Dave" (2008).

Fonte: EFE

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Gravidez adolescente aumentou só na América Latina em três décadas

A América Latina é a única região do mundo que registrou um aumento contínuo da gravidez adolescente desde 1980, diz um relatório divulgado nesta quinta-feira em Madri pela Organização Ibero-Americana de Juventude (OIJ). Intitulado "Reprodução adolescente e desigualdades na América Latina e no Caribe: um chamado à reflexão e à ação", o documento de 120 páginas é obra da OIJ e de dois organismos da ONU, a Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês).

O texto ressalta que "a América Latina é a única região do mundo na qual, nos últimos 30 anos, a taxa de maternidade adolescente cresce, mais do que na África", disse a secretária-geral adjunta da OIJ, Leire Iglesias. Na apresentação do documento, Iglesias, que estava acompanhada do secretário-geral da OIJ, Eugenio Ravinet, recalcou que "a taxa de maternidade não desejada cada vez aumenta mais na região".

Dezessete países foram incluídos no estudo: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. O documento, que analisa o grupo de adolescentes entre 15 e 19 anos, mostra também que, de cada mil gestações na América Latina, 73,1 são de adolescentes e "provavelmente indesejadas", declarou Ravinet.

Esse número é muito superior à média mundial, 54 gestações adolescentes por cada mil, apontou o principal responsável da OIJ. Segundo o relatório, "com a exceção de países como Brasil e Colômbia, que pesam muito em termos demográficos, a tendência da taxa de maternidade adolescente na região é de crescimento", explicou Iglesias.

Ao falar sobre a maternidade adolescente e a influência de fatores socioeconômicos, o estudo constata que "quanto melhor o sistema educacional, menor a taxa de gravidez indesejada em adolescentes". Além disso, "cada vez influem menos a procedência da mulher, se é da zona rural ou de áreas urbanas", e "os níveis de formação, já que os sistemas educacionais possibilitam que todos tenham acesso a uma formação elementar", disse Iglesias.

No entanto, um condicionante que continua sendo muito importante é o nível de renda, pois "quanto mais pobreza, mais chances de ter uma gravidez indesejada". A respeito do perfil dos pais adolescentes, os pesquisadores reconhecem que "há pouca informação", mas constatam que "as variáveis socioeconômicas e de renda não são tão determinantes nos homens como nas mulheres".

"No caso dos homens, as relações de risco ocorrem independentemente da variável dos comportamentos socioeconômicos", disse Iglesias. Diante dessas conclusões, Ravinet não hesitou em afirmar que "não podemos ficar satisfeitos com o que vimos". "Sempre há anúncios de grandes programas de prevenção da gravidez adolescente, grandes campanhas de educação sexual nos colégios, e geralmente não dão em nada", opinou o secretário-geral da OIJ.

Ravinet alertou que, diante desta situação, "são milhares de mulheres cujas chances de se desenvolver e ter um vida mais confortável são prejudicadas".

Fonte: EFE

"The Economist" critica fantasia excessiva em "Lula, o Filho do Brasil"

Uma reportagem publicada nesta quinta-feira na revista britânica "The Economist" afirma que o Lula apresentado no filme "Lula, o Filho do Brasil" é "bom demais para ser verdade". O artigo diz que o filme conta a história de um garoto pobre que subiu na vida, "cujas virtudes foram capturadas em close-up, mas cujos defeitos ficaram na mesa de edição".

"[Lula] é bom demais para ser verdade: estudante perfeito, marido perfeito e um político moderado que repudia a violência", diz o artigo. "É uma pena. Uma versão com mais nuances não diminuiria a formidável trajetória e as conquistas de Lula". O artigo leva o título "Lula, Higienizado", porque, para o autor, o filme amenizou ou apresenta versões completamente diferentes do que teria sido narrado na biografia em que o filme foi baseado.

"É uma versão adocicada", diz o texto. Como exemplo, o artigo cita um incidente narrado no livro e que teria sido "aprovado por Lula", o episódio em que o diretor de uma fábrica em greve é atirado de uma janela. No filme, Lula se distancia da fábrica "chocado", o que seria "vergonhoso", diz o texto.

A revista também cita as acusações de que o filme seria uma arma política para ajudar na campanha de Dilma Rousseff, candidata apoiada por Lula para as eleições presidenciais deste ano. O texto diz que o filme vem atraindo mais público no nordeste do que no sudeste, "refletindo o desempenho de Dilma Rousseff [pré-candidata às eleições presidenciais apoiada por Lula] nas pesquisas de opinião".

"Beneficiar-se de um pouco do carisma de Lula é a maior esperança para Dilma chegar à presidência em outubro e há sinais de que isso já esteja acontecendo", afirma o artigo. Para a revista, o filme é um exemplo de uma nova tendência no mercado do entretenimento. "Houve um tempo em que era considerado indecente transformar pessoas ainda vivas em mitos, ou mesmo em filmes ", abre o artigo.

"Gandhi esperou 34 anos após sua morte antes de aparecer nas telas. George W. Bush, em contraste foi vítima de um filme biográfico de Oliver Stone no último ano de sua presidência".

Fonte: BBC Brasil

"Tropa de Elite 2" desenvolve estratégia contra a pirataria

Um capitão Nascimento amadurecido, pai de um adolescente, que reflete mais sobre sua condição e tem como desafio combater as milícias (grupos criminosos formados por policiais e bombeiros) é o personagem central de "Tropa de Elite 2", do diretor José Padilha - continuação de um dos maiores sucessos do cinema brasileiro e ganhador do Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2008.

As filmagens, no Rio, começam segunda-feira, e a previsão de estreia é 13 de agosto, mas os envolvidos nada falam sobre sua trama. Faz parte da estratégia para conter a pirataria, que tirou do longa, nas contas da produção, 9 milhões de espectadores oficiais (2,5 milhões de pessoas assistiram na telona; o restante, em DVDs piratas).

"Vamos montar o filme dentro do caveirão", brincou o produtor Marcos Prado, durante entrevista convocada para falar do início da produção, ontem, no Rio. "A ilha de edição será quase um bunker. Temos orçamento e equipe só para isso." Caveirão é o veículo blindado da Polícia Militar do Rio, usado em operações arriscadas. Padilha lembrou que a primeira cópia pirata de Tropa surgiu na empresa de legendagem; desta vez, o número de funcionários que terão contato com a matriz será reduzido. "O Zé (José Padilha) disse que se a gente contar qualquer coisa, vai pro saco", brinca Maria Ribeiro, a Rosane, mulher de Nascimento, sobre a impossibilidade de dar detalhes.

A equipe é a mesma de Tropa (Bráulio Mantovani é o roteirista, a preparação de elenco é de Fátima Toledo, a direção de fotografia, de Lula de Carvalho e a montagem, de Daniel Rezende) - este é um "filme de patota", define Padilha. O elenco, encabeçado por Wagner Moura, conta, mais uma vez, com André Ramiro (um André Matias de alta patente) e Milhem Cortaz (capitão Fábio). Os rostos novos são Tainá Müller (de "Cão Sem Dono"), que fará uma jornalista, Irandhir Santos (da minissérie "A Pedra do Reino"), Seu Jorge (um bandido, como em "Cidade de Deus"), além do garoto Pedro Van Held, o filho de Nascimento, agora com 13 anos.

O elenco passou novembro e dezembro em intenso treinamento, inclusive com policiais do Batalhão de Operações Especiais da PM. Os questionamentos sobre segurança pública e crime no Rio, que movem Padilha desde o documentário "Ônibus 174" (2002), continuam a ser explorados. "Não faço filme por fazer. Não sei qual nível de polêmica o Tropa 2 vai criar, não é algo que eu controle".

Fonte: Estadão

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Região Sudeste supera as demais em resgate de trabalhadores escravizados

A Região Sudeste lidera a lista de trabalhadores resgatados em condições semelhantes à escravidão, segundo dados do Ministério do Trabalho obtidos com exclusividade pelo G1. O levantamento, concluído no dia 18 deste mês, mostra o número de trabalhadores resgatados em vários estados do país.

Pela primeira vez desde a criação dos grupos móveis de fiscalização do ministério, em 1995, o Sudeste superou todas as outras regiões (incluindo a Norte e a Nordeste, onde tradicionalmente o trabalho escravo é mais combatido) e chegou à marca de 1.068 resgates. É o equivalente a 30% de todas as libertações realizadas em 2009 (3.628). Nos anos anteriores do levantamento, os índices do Sudeste sempre ficavam abaixo dos 10%.

Blitz no Rio liberta 105 que trabalhavam como escravos Recife lança campanha contra trabalho infantil Bolivianos libertados recebiam R$ 0,50 por peça de roupa, diz polícia Bolivianos são presos em SP por suspeita de manter compatriotas sob escravidão Coteminas perde recurso e pode entrar na lista suja do trabalho escravo

No último dia 6, o Ministério do Trabalho divulgou a “Lista Suja” dos empregadores flagrados explorando mão de obra escrava no país. Essa lista é atualizada semestralmente após as empresas e pessoas físicas terem direito a defesa e o processo ser concluído no ministério. O Rio de Janeiro foi o estado em que mais foram efetuados resgates: 521. O estado deixou para trás Pará (326) e Mato Grosso (308), que costumam figurar nas primeiras posições nas estatísticas. Minas Gerais também conseguiu o feito, com 410 resgates. Já São Paulo contabilizou 38 libertações e o Espírito Santo, 99.

O aumento pode ser explicado, em parte, pelo trabalho de aprimoramento dos grupos rurais de fiscalização, das superintendências regionais. Segundo o Ministério do Trabalho, no entanto, o número de libertações é “aleatório” e varia de acordo com a atividade fiscalizada. Por isso, o órgão diz que o importante é avaliar o número de operações realizadas. Neste caso, houve até uma diminuição: de 22 para 16, de 2008 para 2009, na região.

Subnotificação

O frei Xavier Plassat, coordenador do programa de combate ao trabalho escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), concorda. Segundo ele, muitos dos trabalhadores resgatados estavam trabalhando em lavouras de cana-de-açúcar. Uma blitz, nestes casos, pode resultar em várias rescisões trabalhistas. Apesar disso, afirma, o aumento também pode ser atribuído a ações em uma região que não é submetida muitas vezes a uma avaliação rigorosa.

Para Plassat, um outro fator que faz a região Sudeste ocupar uma posição à frente da Norte é a subnotificação. “O número de libertados na região Norte do país é muito pequeno, foge da normalidade. E isso claramente não é sinal de sumiço do problema”, diz.

Megaoperação

No Rio de Janeiro, em apenas uma operação, em junho do ano passado, em Campos dos Goytacazes, foram libertadas quase 300 pessoas, incluindo mulheres e adolescentes. A ação se deu em uma lavoura de cana-de-açúcar. Os trabalhadores não tinham carteira de trabalho assinada. Além disso, as condições de higiene eram precárias. O alojamento fornecido pelo "gato" (termo usado para designar o arregimentador de mão de obra escrava) estava em péssimo estado.

Outras operações em usinas de cana foram realizadas no norte do Rio, onde trabalhadores foram localizados em condições degradantes e atuando sem equipamentos de proteção.

Grupos móveis

Atualmente, há oito grupos móveis de fiscalização atuando pelo país. As operações são feitas por uma equipe formada por auditores fiscais do trabalho, por um procurador do Ministério Público do Trabalho e por agentes da Polícia Federal, que tentam verificar in loco a denúncia da prática de trabalho análogo à escravidão. O trabalhador é resgatado quando é encontrado em condições aventadas no artigo 149 do Código Penal (trabalho forçado, servidão por dívida, jornada exaustiva ou trabalho degradante).

Fonte: Thiago Reis/G1

"New York Times" terá conteúdo online cobrado novamente

O jornal norte-americano "New York Times", um dos mais populares do planeta, confirmou nesta quarta-feira (20) que voltará a cobrar pelo acesso ao conteúdo produzido em seu site (www.nytimes.com). Em 2007, o "NYT" eliminou um serviço fechado para assinantes chamado "Times Select", que gerava cerca de US$ 10 milhões em receita por ano.

"A partir de 2011, visitantes do site terão direito a um número definido de artigos que poderão ser acessados de graça. Depois, será cobrada uma taxa única para o acesso ilimitado", informou a companhia. Assinantes do jornal impresso terão acesso irrestrito ao site.

De acordo com a agência Reuters, o anúncio do "NYT" pode ter relação com o lançamento, no dia 27 deste mês, do tablet da Apple. A empresa de Steve Jobs estaria prestes a fechar uma parceria de conteúdo com a companhia de notícias dos EUA para seu computador portátil.

A discussão sobre disponibilizar ou não o conteúdo on-line gratuitamente, feita por grandes grupos de mídia, ganhou força em 2009, sobretudo nos EUA e na Europa. Além de enfrentarem a queda de leitores devido à internet, esses grupos têm tido queda na receita com publicidade, fruto da crise que chegou antes e com mais força nessas economias.

Em seu site, o "NYT" definiu a medida como 'um passo que vem sendo debatido por toda a indústria e que praticamente todos os grandes jornais têm receio de dar'. Na realidade, o anúncio do "NYT" vai a reboque do que tem pregado o bilionário de origem australiana Rupert Murdoch, dono da News Corp. No ano passado, ele anunciou que ia cobrar pelo conteúdo on-line dos sites de notícias do grupo, que incluem jornais como os britânicos "The Times" e "The Sun" e o americano "New York Post".

O modelo propagado por Murdoch como "ideal" para notícias on-line é o do "Wall Street Journal", que também pertence ao grupo e que combina matérias pagas com conteúdo gratuito. "Jornalismo de qualidade não é barato, e uma indústria que dá de graça seu conteúdo está simplesmente canibalizando a sua capacidade de produzir boa reportagem", afirmou Murdoch, em julho de 2009. Embora esteja enveredando pelo mesmo caminho, em seu anúncio desta quarta-feira o "NYT" chega a citar o modelo de Murdoch, negando que vá segui-lo à risca.

Fonte: Folha Online

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Profissionalização chega às pequenas cervejarias do Brasil

Se em uma situação normal já é difícil para uma pequena empresa sobreviver, o que dizer quando essa empresa está em um setor em que quatro concorrentes detêm 99% do mercado? Esse é o cenário em que atuam as pequenas produtoras de cerveja. No Brasil, a AmBev, segundo a Nielsen, tem 70% do mercado; Schincariol, 11,6%; Petrópolis, 9,6%; e a Femsa - recentemente comprada pela Heineken -, 7,2%. A estimativa é de que, agora, a Heineken passe a ocupar 8% do mercado.

Contudo, mesmo diante desse quadro, as microcervejarias não desistem - e vêm se profissionalizando. Hoje a estimativa é de que existam cerca de 100 pequenos produtores da bebida, a maioria deles no Sul; mas também em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Uma das fábricas a integrar este 1% do mercado de cervejas "artesanais" é a Colorado, de Ribeirão Preto (SP). Funcionando há 15 anos, fabrica, por mês, em torno de 50 mil litros, e é vendida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A produção é irrisória perto dos 583 litros milhões mensais da AmBev, mas tem seu público fiel.

"Meus concorrentes não são as grandes companhias. Competimos com a ignorância de muitas pessoas sobre a cerveja. De um modo geral, bebem de uma maneira automática. Não sou contra esse tipo de consumo, mas nem sempre a melhor cerveja é a mais gelada do bar", diz Marcelo Carneiro da Rocha, dono da Colorado.

O faturamento da cervejaria chega a pouco mais de R$ 2 milhões por ano; em 2009, cresceu 25%. Assim como as marcas de outras pequenas produtoras, o preço de uma garrafa começa em R$ 10 e pode chegar a R$ 80, como é o caso da Monasterium, produzida pela mineira Falke Bier. O número de empregados, em geral, é inferior a 40.

Marco Falcone, um dos donos da Falke Bier, conta que o movimento das pequenas produtoras é recente também na Alemanha, onde ressurgiu no fim da década de 70. Segundo ele, nos Estados Unidos, elas já têm hoje 5% do mercado. No Brasil, ganharam força a partir de 2000. Falcone saiu do trabalho e, junto com dois irmãos, passou a se dedicar à fabricação artesanal de cerveja, no sítio da família.

"Nosso segmento é diferente do das grandes marcas, que fazem cervejas padronizadas. Algumas dessas empresas usam itens como arroz ou milho, produtos que vão além do malte, lúpulo, água e fermento, na hora de fabricar a bebida", diz. Falcone reconhece que o alcance do seu produto é limitado pelo próprio modelo de fabricação, que exige mais trabalhadores por litro e maior tempo de fermentação. Atualmente, ele vende 20 mil litros por mês.

A "reação desproporcional" da concorrência e o excesso de burocracia são apontados como as principais dificuldades. "Quando nossas vendas começam a crescer, as grandes cervejarias logo agem para tentar tirar a marca do bar", reclama Falcone. Marcelo também diz que não consegue vender seu produto em bares que tenham uma grande marca nacional.

Como esse mercado é feroz, aos pequenos concorrentes resta a ajuda mútua. As cervejas produzidas pela Falke Bier já estão em cidades como Porto Alegre, Curitiba, Rio e Brasília. Mas, no Estado de São Paulo, quem faz a distribuição é a Colorado. "Diferente das grandes marcas, nós, os pequenos, nos entendemos muito bem", brinca Marcelo Carneiro da Rocha.

A Bamberg, de Votorantim (SP), é outra microcervejaria que cresce no interior do Estado. Ela produz entre 20 mil e 50 mil litros por mês de 11 tipos de cerveja, seguindo o estilo alemão. Para crescer, tem contado com o boca a boca: "Nunca imaginei que isso pudesse acontecer em uma cidade como São Paulo, mas vem funcionando muito bem", conta o dono da cervejaria, Alexandre Bamberg.

Por ora, nenhum desses três empresários diz que pretende se desfazer do negócio. Mas é um caminho seguido por muitos. Há dois anos, a Schincariol, comprou a Nobel, de Pernambuco, a Baden Baden, de Campos do Jordão (SP), e a Devassa, do Rio de Janeiro.

Fonte: Débora Thomé/Estadão

OMS revê regras para a pandemia de Gripe A

Pressionada e investigada por causa da Influenza A (H1N1), mais conhecida como gripe suína, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu rever as regras para a declaração de futuras pandemias. O anúncio foi feito ontem pela diretora da entidade, Margaret Chan. Hoje, o Parlamento do Conselho da Europa inicia uma investigação para apurar suspeitas de influência indevida de farmacêuticas na entidade. Alguns cientistas da organização teriam constado na folha de pagamento de laboratórios.

A acusação veio após a imprensa dinamarquesa obter oficialmente informações de que membros do grupo criado para sugerir medidas à entidade eram cientistas financiados por empresas do setor. Há oito meses, a OMS decretou que o vírus H1N1 havia saído do controle e que o mundo vivia a primeira pandemia do século 21. Para isso, o critério foi a difusão do vírus em mais de dois continentes. Países passaram a gastar milhões para se preparar e a indústria farmacêutica focou atenção na nova doença. Menos de um ano depois, o número de mortes foi bem menor do que o esperado, enquanto milhões de vacinas ficaram encalhadas.

Parlamentares europeus centrarão esforços no papel do Grupo Estratégico de Especialistas em Imunização (Sage, na sigla em inglês). Isso porque o jornal escandinavo "Information" se utilizou de uma lei de liberdade de informação para obter dados sobre as doações recebidas por institutos médicos. Os dados mostram que um membro da Sage, o finlandês Juhani Eskola, recebeu em seu instituto mais de US$ 9 milhões em financiamento da GlaxoSmithKline, uma das empresas que fabricam a vacina contra a gripe. Eskola nega conflito de interesse.

Outro cientista é o holandês Albert Osterhaus, que também faz parte do comitê de aconselhamento. Os deputados holandeses começaram a investigar sua relação com a indústria e o fato de ter recebido bolsas, financiamento e contribuições da GSK, Sanofi, Novartis e outras empresas. No Reino Unido, o cientista responsável por elaborar sugestões ao Ministério da Saúde, Roy Anderson, também passou a ser avaliado por ser um ex-diretor da GSK. "A campanha da gripe suína parece ter causado um dano considerável aos orçamentos públicos, assim como para a credibilidade de agências mundiais de saúde", diz a resolução aprovada pelo Conselho da Europa que dá início à investigação.

Paulo Buss, representante do Brasil no Conselho Executivo da OMS, que ocorre nesta semana em Genebra, acredita que a entidade tomou a decisão acertada em alertar para o vírus. "Ninguém sabia o que viria. Agora é fácil criticar", disse. Para Chan, foi o trabalho da OMS que evitou que a doença se espalhasse mais. O H1N1 começa a perder força, mas a entidade afirma que é cedo para dizer que a pandemia terminou.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Militares estrangeiros vão aperfeiçoar treinamento no Brasil

Um convênio entre o Ministério da Defesa e a ABC (Agência Brasileira de Cooperação), ligada ao Itamaraty, deverá aumentar o número de militares de países pobres, em especial da África e da América Latina, que fazem treinamento prático ou teórico no Brasil. Pelo convênio, os convites e a organização da estadia desses militares, hoje a cargo de cada uma das três Forças, serão centralizados na Defesa. Esta repassará a lista com antecedência à ABC, que paga as passagens e provê ajuda de custo aos convidados.

O diplomata Marco Farani, diretor da ABC, acredita que o convênio permitirá uma melhor programação orçamentária da chamada "cooperação técnica" no âmbito militar, abrindo caminho para a sua ampliação. "Antes, o convite [aos militares estrangeiros] era feito de forma errática. Havia uma demanda fragmentada [para o apoio financeiro da ABC]. O convênio permitirá que isso seja feito de forma institucional. As próprias embaixadas poderão divulgar as informações sobre cursos e vagas disponíveis, fazer contato de Estado para Estado", disse.

Trata-se de uma primeira iniciativa para institucionalizar uma prática que, em países desenvolvidos e com peso na indústria de armas, é política de Estado: a formação de militares estrangeiros. No entanto o convênio cobrirá apenas uma pequena parte da cooperação nessa área entre as Forças Armadas brasileiras e as de "países amigos". Hoje, a maioria dos acordos para treinamento no Brasil ou no exterior é feita de maneira descentralizada.

A Defesa não dispõe dos dados completos sobre participantes de cursos e intercâmbios em geral, que têm que ser solicitados a cada Força.

Pouca gente

A pedido da Folha, as assessorias de comunicação da Marinha e do Exército compilaram os números de estrangeiros que participaram de cursos nas respectivas escolas desde 2000, e de militares brasileiros que fizeram cursos no exterior. A informação foi pedida também à Força Aérea, mas não havia sido fornecida até o fechamento desta edição.

Apesar do projeto brasileiro de ampliar a cooperação militar principalmente com os vizinhos da América do Sul, por meio do Conselho de Defesa Sul-Americano e da anunciada promoção de uma indústria bélica regional, os números permitem ver que, na área de formação, o Brasil ainda recebe pouca gente. De 2000 a 2009, 2.789 estrangeiros passaram por cursos na Marinha (1.689) ou no Exército (1.100). Entre os que receberam treinamento da Marinha, 663 vieram da América Latina e 696, da África --graças à cooperação naval com a Namíbia, sacramentada por acordo em 1998.

Já o Exército recebeu 829 latino-americanos e 118 africanos no mesmo período. O número de sul-americanos que passam pelas escolas da Força cresceu desde 2005 de média de 53 por ano, entre 2000 e 2004, para média de 101. Nos cursos de altos estudos da ESG (Escola Superior de Guerra), formaram-se 55 estrangeiros, dos quais 45 são latino-americanos.

EUA

Para efeito de comparação, os EUA, em apenas 1 de seus 20 programas para formação de militares estrangeiros, o Imet (International Military Education and Training), receberam 25.207 militares da América Latina e do Caribe entre 2000 e 2007, último ano para o qual há dados disponíveis.

Os outros programas mantidos pelos departamentos de Estado e da Defesa dos EUA recebem não apenas militares, mas também policiais, funcionários civis e acadêmicos. É o caso, por exemplo, do Centro para Estudos da Defesa Hemisférica, vinculado à Universidade Nacional da Defesa, que só em 2007 recebeu 5.484 estudantes latino-americanos.

Fonte: Claudia Antunes/Folha de S.Paulo

Escritório antimonopólio recebe denúncia de editoras alemãs contra o Google

Editores de jornais e revistas alemães denunciaram o Google no Escritório Federal Antimonopólio da Alemanha pelo não pagamento de direitos pelos resultados das buscas, os chamados "snippets", às publicações envolvidas. O próprio site de buscas confirmou as informações publicadas por vários veículos de imprensa alemães neste fim de semana sobre as denúncias, que se somam às apresentadas pelo site Ciao, controlado pela Microsoft; e pela empresa de cartografia pela internet Eurocities.

A Confederação Alemã de Editores de Jornais (BDZV, na sigla em alemão) tinha exigido já no final do ano passado saber como e por que determinados veículos de imprensa aparecem no topo dos resultados das listas do Google; também queria uma participação nos lucros publicitários. Nesse sentido, a BDZV destacou que o Google fatura anualmente na Alemanha cerca de 1,2 milhão de euros (US$ 1,7 milhão) pela publicidade publicada junto aos resultados das buscas.

Outros reclamantes

Já o Ciao considera que o Google violou em parte o contrato assinado pelas duas empresas para a publicidade on-line AdSense em sites de terceiros, enquanto o Eurocities considera desleal a oferta gratuita de mapas do gigante americano. Aparentemente, o Escritório Federal Antimonopólio Alemão reivindicou uma posição do Google antes de estudar a abertura de um processo.

Um porta-voz do Google apenas confirmou as denúncias e a reivindicação do escritório, assim como a disposição da empresa de cooperar com o mesmo.

Fonte: EFE

Civilidade comprometida por luta pela sobrevivência

As imagens de saques em meio às ruínas de Porto Príncipe rodaram o mundo e se destacaram em meio ao choro e à desolação dos haitianos em ruas, praças e tendas improvisadas. No cenário de destruição, a insegurança em relação à própria sobrevivência passa a ditar as ações das vítimas do terremoto que recentemente devastou o Haiti.

Para os haitianos, a incerteza quanto ao futuro diz respeito não ao próximo ano ou década, mas à próxima hora. Onde não há quase nada, a civilidade desaparece. "Vemos o desespero ali. Existe uma perda de controle por parte das pessoas", diz Leila Tardivo, livre-docente do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo). "Muito da própria civilidade se perde. Há um desespero mais que animalesco na briga por comida."

Para a psicóloga, o mundo está diante de um vórtice de estresse incomensurável. "É quase uma horda primitiva, e digo sem qualquer preconceito. É a perda da civilidade, da evolução como homem, provocada por uma situação extremada que não podemos julgar --não nos é dado esse direito. Qualquer um de nós poderia fazer aquilo".

Diferentemente do que as imagens divulgadas na TV e na internet podem sugerir, o ato de saquear comida pode ser a face de um contexto emocional que não tem relação com o egoísmo, ressalta Eliana Torga, coordenadora da comissão de emergências e desastres do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais. "As pessoas que saquearam podem ter tido um ato altruísta, no sentido de dar aquele alimento para o filho ou para a mãe. É uma situação muito além dos limites dele", considera. "Aquela realidade mexe tão profundamente com questões básicas do ser humano que eles perdem os controles sociais que todos temos, de moralidade."

Angela Coelho, colaboradora do Conselho Federal de Psicologia, esteve no Peru em 2007 para prestar auxílio às vítimas do terremoto em Pisco. Para ela, sentimentos e ações de toda espécie são esperadas após um desastre. "Não ter nenhuma reação seria estranho", diz a psicóloga, que estuda o tema há quase 20 anos.

Hoje, o Haiti é um terreno mais que favorável ao estresse pós-traumático, numa equação cujos fatores são muito mais antigos que os tremores de magnitude 7,0. "O desenvolvimento do quadro de estresse está ligado a comprometimentos anteriores ao evento. As pessoas já eram vítimas de problemas antes do desastre", diz Ângela. Se antes do terremoto os sentimentos de insegurança e desordem estavam sempre presentes, agora eles são gritantes.

Apoio e vitimização

A extensão dos problemas psicológicos dos haitianos terá relação direta com a demora no atendimento das necessidades básicas de sobrevivência, lembra Eliana. "Quanto mais rápido for restabelecida a normalidade da vida, menor o comprometimento", diz a psicóloga, referindo-se tanto a questões emocionais como físicas. "O fato de ter fé ajuda muito a manter a esperança. Mas o que vai confortá-los é o atendimento das necessidades básicas. É preciso um abrigo, de lona que seja. Um psicólogo pouco ou nada poderá fazer se não houver o que comer".

No trabalho da ajuda humanitária para prover comida, abrigo e um mínimo de sanidade, é importante não subestimar as capacidades das vítimas e buscar contemplar a cultura e a experiência locais, afirma Márcio Gagliato, psicólogo que atuou em regiões de conflito como Timor Leste, Ruanda e Sudão. "É preciso ver essas pessoas como sobreviventes ativos. Eles são os proprietários da sua localidade, têm uma cultura. É necessário colocá-los nesse processo", diz o especialista. "É algo fundamental para pensar no processo de reconstrução."

Assim, a comunidade mostra-se mais importante do que um psicólogo, e as equipes de auxílio devem estar atentas a isso. "Coisas simples como facilitar a comunicação entre eles para que se encontrem são muito importantes", diz Gagliato.

Fonte: Mary Persia/Folha Online

Recriação: "Vício Frenético", de Herzog, recicla filme de Ferrara

O diretor alemão Werner Herzog ("O Homem-Urso") mudou a história do Festival de Veneza, em setembro de 2009, ao concorrer simultaneamente com dois filmes na competição principal, fato inédito no evento. Um deles, "Vício Frenético", entrou em circuito nacional na última sexta.

O filme inspira-se no trabalho homônimo do diretor Abel Ferrara, de 1992 - do qual herda inclusive o título. Pouco mais do que isto, porém, sobrevive nesta nova versão, a não ser o detalhe de que o protagonista é um policial viciado em drogas. No filme de Ferrara, o personagem não tinha nome e era interpretado por Harvey Keitel. Neste, chama-se Terence McDonagh e seu intérprete é Nicolas Cage ("O Vidente").

O cenário também muda, da Nova York do filme original para a Nova Orleans pós-furacão Katrina. Na sequência inicial, a cidade está coberta pelas águas, inclusive uma prisão, onde sobrou um preso trancado, que está quase se afogando, além de correr o perigo de ser picado por cobras.

Depois de provocar bastante o apavorado prisioneiro, com a ajuda de seu parceiro Stevie (Val Kilmer, de "Esquina da Morte"), o policial decide pular na água para salvá-lo. A façanha tem três efeitos radicais em sua vida: ele é promovido a tenente, ganha um eterno e doloroso problema de coluna e se torna viciado em remédios e cocaína.

Com total desenvoltura, o tenente passa a procurar obter drogas usando seu próprio trabalho. Não perde uma chance de apropriar-se de qualquer quantidade delas que consiga flagrar com algum suspeito. Sem contar suas incursões pelo departamento onde ficam guardadas as substâncias ilegais apreendidas.

Seus dias são jornadas de excesso, tanto no trabalho como ao lado da namorada, Frankie (Eva Mendes, de "Os Donos da Noite"), uma prostituta que ocasionalmente também o ajuda a conseguir o que procura e, não raro, experimenta cocaína com ele. Nem assim a dor nas costas lhe dá trégua. McDonagh vive atormentado por isso.

Investigando o assassinato de cinco membros de uma família de imigrantes, o tenente cruza o caminho de um chefão do tráfico, Big Fate (o cantor de hip hop Xzibit). Aí, sua ambição cresce, já que a quantidade com que lida o traficante é gigantesca, sem contar os lucros. O tenente vai apostar tudo numa espécie de sociedade com o criminoso. Mas aqui ninguém pode confiar em ninguém.

Sustentando uma interpretação alucinada, Nicolas Cage inspira-se visivelmente no ator-fetiche de Herzog, Klaus Kinski, o intérprete de boa parte de seus sucessos na Alemanha, como "Aguirre - A Cólera dos Deuses" (1972), "Nosferatu - O Vampiro da Noite" (1979) e "Fitzcarraldo" (1982) e que morreu em 1991. No lançamento de "Vício Frenético" em Veneza, Cage assumiu esta inspiração em Kinski, mas garantiu que "nunca procurou imitá-lo".

Fonte: Reuters

sábado, 16 de janeiro de 2010

Computadores híbridos ganham espaço no mercado

Não basta ter um computador portátil, é preciso acrescentar novas funções a ele. Esse foi o tom que diversas fabricantes empregaram para mostrar seus lançamentos na CES. Antecipando-se ao tão comentado anúncio do tablet da Apple, que estaria para ser feito até o fim deste mês, empresas mostraram aparelhos potentes, que vão além da sua função original.

A Lenovo foi uma das que mais chamaram a atenção ao revelar seu Ideapad U1 Hybrid, uma mistura de netbook e tablet. O objetivo é oferecer um computador e dois aparelhos, para que o usuário escolha qual usar a cada ocasião. Quando está na sua posição original, de garra, como diz a Lenovo, o U1 tem uma tela de LED de 11,6 polegadas, 16 Gbytes de disco de estado sólido e roda o Windows 7. Quando a tela sensível ao toque é removida, transforma-se em um tablet e roda o Skylight, uma versão do Linux personalizada pela Lenovo.

Apesar de contar com duas máquinas diferentes, o U1 Hybrid consegue compartilhar bateria, conexão 3G, informações e documentos, diz a Lenovo. A empresa afirma, ainda, que o usuário consegue navegar na internet pelo laptop e, quando muda para o tablet, continuar a partir do ponto em que parou. O Hybrid custará US$ 999 e tem previsão de chegar ao mercado norte-americano em junho.

A Samsung apresentou o protótipo de um laptop com tela transparente feita em Oled. O aparelho tem tela de 14 polegadas com 40% de transparência, ante os 25% dos computadores tradicionais, segundo a empresa -isso faz com que a imagem vista no dispositivo seja rápida o suficiente para eliminar interferências óticas entre imagens em 3D.

A Intel apresentou o novo modelo do notebook educacional Classmate PC, que ganhou tela giratória sensível ao toque com capacidade de ser transformada em um tablet. O aparelho estará disponível neste mês nos EUA, custando entre US$ 300 e US$ 600. A Microsoft ganhou os holofotes ao anunciar sua nova geração de tablets, ou "slate PCs", aparelhos que misturam notebook e celular.

Steve Ballmer, presidente-executivo da empresa, fez o keynote de abertura da CES, na última quarta-feira, para apresentar um protótipo da HP. "Esse computador portátil, que estará disponível ainda neste ano, vai despertar muito entusiasmo entre os consumidores", disse. O dispositivo conta com tela sensível ao toque e é multimídia, permitindo ver vídeos, navegar pela internet e ler livros. Ballmer afirmou que os aparelhos são mais poderosos que um celular e quase tão potentes quanto um computador. Ainda em fase conceitual, o produto deve chegar ao consumidor no fim deste ano.

Fonte: Daniela Arrais/Folha de S.Paulo

Livrarias têm perdas de 4% por ano devido a furtos

Os dedos passeiam pelas prateleiras, de livro em livro. Os olhos esquadrinham o ambiente ao redor à espera do instante para a consumação do delito. Apesar do arsenal de câmeras e alarmes, o furto de livros é corriqueiro nas livrarias do país. A Associação Nacional de Livrarias (ANL) estima que os furtos representem um prejuízo de até 4% para o setor, em um mercado que movimentou R$ 1,9 bilhão de reais só em 2009. "A coisa é tão séria que as livrarias hoje usam sistemas sofisticados de vigilância", avalia Vitor Tavares da Silva Filho, presidente da ANL.

A partir de dados oficiais da Fnac e da livraria Loyola, além de enquete com outras seis livrarias do eixo Rio-São Paulo, a Folha chegou a uma estimativa dos principais alvos dos ladrões de livros. No último semestre, o livro mais roubado no país foi o best-seller juvenil "Lua Nova", de Stephenie Meyer. Outros títulos, no entanto, confundem o traçado do perfil do criminoso literário.

"A História da Feiura", de Eco, e "Além do Bem e do Mal", de Nietzsche, títulos preferenciais, apontam uma direção intelectual. Já o surgimento de "Leis Penais Comentadas" na enquete não deixa dúvidas: há quem procure conhecer a legislação penal brasileira praticando, de cara, um crime. A ausência de um perfil definido torna difícil apontar suspeitos. Na livraria, todos são clientes, até que soe o alarme.

Fonte: Fernanda Mena/Folha de S.Paulo

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Os dinossauros voltaram: "Jurassic Park 4" dá início à nova trilogia da franquia


O cineasta Joe Johnston, responsável por "Jurassic Park 3" (2001), revelou que prepara um novo filme da saga, que deve dar início a uma nova trilogia. "Vai haver um 'Jurassic Park 4'", disse o cineasta americano, de 59 anos, ao site "Box Office Magazine". Segundo ele, o filme será algo "como nunca antes se viu", completamente diferente dos três primeiros longas da série. "É essencialmente o começo da segunda trilogia sobre 'Jurassic Park'", explicou.

As duas primeiras partes da saga, dirigidas por Steven Spielberg, arrecadaram mais de US$ 1,5 bilhão em bilheteria e foram um fenômeno mundial. Johnston se encarregou da terceira parte, com resultados mais discretos: cerca de US$ 350 milhões em arrecadação.

O cineasta assegurou que se o novo filme tiver sucesso, deverão ser feitos outros dois longas para fechar a segunda trilogia de "Jurassic Park". "Nunca se sabe. Se continuarem funcionando e o público seguir indo ao cinema, não existe razão alguma para que não sejam rodados."

Fonte: EFE

Foto: Divulgação

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Salário mínimo vale duas cestas básicas pela primeira vez em quase 40 anos

Dados divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que pela primeira vez desde 1972 o trabalhador que mora na cidade de São Paulo comprometeu menos da metade do salário mínimo na compra dos produtos da cesta básica. Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, a queda dos preços dos alimentos na capital paulista em 2009, ao lado da política de recuperação do mínimo, ajudaram a diminuir o comprometimento da renda com a cesta básica.

De acordo com José Maurício Soares, coordenador da Pesquisa Nacional de Cesta Básica, o fato de a despesa com os alimentos ter caído e de o salário mínimo estar nos últimos anos sob o impacto da política de recuperação de valor fazem com que sobre mais dinheiro no bolso do brasileiro. Para se ter uma ideia de como esta evolução tem se comportado, em 1994, por exemplo, a relação entre cesta básica e salário mínimo era de 102,35% - a mais alta desde 1959, quando o Dieese começou a fazer a pesquisa. Ou seja, era necessário mais de um mínimo para arcar com as despesas com gêneros alimentícios. No ano passado a relação foi de 49,47%.

"Com uma certa folga no orçamento, o brasileiro passa a ter mais condições de pagar as dívidas, sair do cheque especial e até fazer outros gastos", explica Soares. Daí o fato de muitas empresas estarem cada vez atentas ao consumidor que tem a renda atrelada ao salário mínimo. Com a política do aumento real do seu valor, iniciada em 1995, o brasileiro tem conseguido uma sobra de caixa e chamado a atenção até mesmo das empresas de turismo, como a operadora CVC (leia mais ao lado).

O levantamento do Dieese mostra ainda qual é a jornada de trabalho necessária no mês para a compra da cesta básica. No ano passado foram necessárias em São Paulo 109 horas e 53 minutos - menos que as 126 horas e 54 minutos de 2008. Assim como na relação entre cesta básica e salário mínimo, 1994 foi o momento mais crítico. Naquele ano era preciso trabalhar 225 horas e 10 minutos para arcar com as despesas dos gêneros alimentícios básicos.

De acordo com o coordenador do Dieese, a conclusão é que já foi necessário trabalhar mais para comprar a cesta básica, "mas historicamente também já se trabalhou menos", ressalta. Em 1959, quando o Dieese começou a fazer a pesquisa, era preciso trabalhar apenas 65 horas e 5 minutos para comprar a cesta básica. Para o especialista, de uma forma geral o preço da cesta básica se comportou bem no ano passado e pelo menos até abril não deve apresentar sobressaltos. Até o meio da década passada, lembra, ela chegava a subir 30%, 40%, até 50% ao ano.

Cesta Básica

Segundo o Dieese, das 17 capitais pesquisas, apenas em Belém os custos dos alimentos subiram em 2009 (2,65%). A maior queda foi em João Pessoa (-14,95%). A capital da Paraíba foi onde se precisou de menos tempo de trabalho para comprar da cesta básica, 80 horas e 44 minutos. Já em Porto Alegre foi necessário trabalhar 112 horas e 24 minutos.

Fonte: Paula Pacheco/AE

Inaugurado museu em homenagem às vítimas da ditadura de Pinochet no Chile

O Chile inaugurou na segunda-feira o Museu da Memória em homenagem aos que foram torturados, assassinados ou desaparecidos durante a ditadura de Augusto Pinochet. "A mensagem deste memorial é mostrar que todos perdemos algo. O que se passou, a divisão do país da ditadura, afetou a todos", disse à imprensa a diretora executiva do projeto Museu da Memória, Marcia Scantlebury.

A inauguração aconteceu dois meses antes do fim da presidência de Michelle Bachelet e a seis dias do segundo turno da eleição presidencial que definirá seu sucessor, entre o direitista Sebastián Piñera e o governista de centro-esquerda Eduardo Frei. A presidente e seus pais são parte das cerca de 30.000 vítimas diretas deixadas pela ditadura, entre mortos, desaparecidos e torturados.

"Não podemos mudar nosso passado, só nos resta aprender com o que vivemos. Esta é nossa oportunidade e nosso desafio", disse a presidente ao lançar a pedra fundamental do edifício em dezembro de 2008. Registros audiovisuais, gravações de programas radiofônicos, desenhos e objetos guardados pelos prisioneiros das prisões e dos campos de concentração da ditadura ao longo do Chile, estarão expostos num recinto de 9.000 m2 - inclusive numa esplanada - numa zona central de Santiago.

O ato de inauguração foi marcado por protestos de ativistas pró indígenas, que interromperam o discurso da chefe de Estado. Duas mulheres pediram liberdade aos mapuches - que representam 6% da população chilena de 16 milhões de habitantes - que reivindicam terras no sul do país, que chamaram de 'presos políticos'.

Antes do incidente, Bachelet destacou a abertura do lugar. "A inauguração deste museu é um sinal poderoso do vigor de um país unido. União que se funda no compromisso compartilhado de nunca mais voltar a sofrer uma tragédia como a que neste lugar sempre recordaremos", afirmou em referência à ditadura (1973-1990). "Esta tragédia somou desde o primeiro dia a negação e a ocultação da dor do cativeiro ou da morte (...) tragédia que assolou um país em crise profundamente dividido e confrontado, que não foi capaz de superar suas diferenças dentro da democracia", disse Bachelet.

Fonte: AFP