segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Qualidade do ensino atrai cada vez mais brasileiros para a China

A China está do outro lado do mundo, fala uma língua hermética e há poucos anos estava longe de ser reconhecida pela excelência acadêmica. Mas a emergência econômica tem levado um número crescente de brasileiros a se inscrever em cursos de MBA e mestrados em inglês de instituições de Pequim e Xangai. Além da formação, os estudantes buscam conhecer o ambiente de negócios do país que vai superar o Japão e se tornar a segunda maior economia do mundo em 2010 e que desbancou os Estados Unidos como principal parceiro comercial do Brasil em 2009.

A relevância econômica da China e a rapidez das transformações experimentadas pelo país foram os principais fatores que levaram o executivo Paulo Menegusso, de 36 anos, a deixar um emprego na Embraer em 2004 e aterrissar com a mulher e dois filhos em Xangai, onde havia sido aceito no MBA da China Europe International Business School (CEIBS). Na oitava posição no ranking dos melhores MBAs elaborado pelo jornal Financial Times, o curso do CEIBS é também mais barato que opções equivalentes. "Isso permitiu que eu cursasse a escola sem me endividar", diz Menegusso, o primeiro brasileiro a se inscrever na CEIBS.

Rodrigo Rodrigues, de 33, foi o segundo e iniciou o MBA em agosto de 2008. Os 19 meses de aulas custaram US$ 39 mil, menos da metade dos US$ 80 mil a US$ 120 mil que pagaria se optasse por uma das instituições americanas que estão no ranking. "As relações comerciais entre Brasil e China vão crescer cada vez mais e é importante ter um pé aqui", observou. Razões semelhantes convenceram Gutemberg Lopes, José Mário Antunes e Felipe Santos a escolher o Mestrado em Desenvolvimento Internacional da Universidade Tsinghua, a melhor do país.

A Tsinghua aparece em 49º lugar no ranking das melhores universidades do mundo elaborado pela instituição britânica Times Higher Education, à frente de pesos-pesados como a New York University, o Tokyo Institute of Technology e a London School of Economics. A instituição também é um dos destinos preferidos da elite tecnocrata do Partido Comunista Chinês. Foi lá que o presidente Hu Jintao se formou em engenharia, nos anos 60.

Fonte: Estadão