quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Nova vacina contra gripe sazonal pode ser usada para combater vírus da H1N1

A vacina deste ano contra a gripe sazonal no Hemisfério Norte deve proteger contra três cepas virais, inclusive a H1N1, recomendou hoje a OMS (Organização Mundial da Saúde). A composição, anunciada após quatro dias de reuniões dos especialistas, significa que a vacina contra a gripe suína que ainda estiver estocada pelos laboratórios pode ser usada como parte de uma fórmula da vacina contra a gripe sazonal para o inverno boreal de 2010/11, disse Keiji Fukuda, especialista em gripes da OMS.

Alguns países, como Alemanha, França e Estados Unidos, reduziram suas encomendas para a vacina específica contra o H1N1 por causa da demora da população em se imunizar. O fato de ser necessária apenas uma dose, e não duas, contribuiu com o excesso de oferta. "A inclusão do vírus pandêmico H1N1 na vacina da 'influenza' não sinaliza que a pandemia acabou", explicou Fukuda a jornalistas. "Este vírus deve ser uma ameaça significativa às pessoas conforme entrarmos no período de outono e inverno."

Jovens, especialmente com doenças pregressas, e grávidas continuam sob maior risco de sofrer a infecção pelo H1N1 e uma pneumonia viral associada à gripe suína, de acordo com o especialista. Um comitê emergencial da OMS para gripes deve se reunir no próximo dia 23 para avaliar se o mundo está saindo da pandemia, mas o vírus H1N1 ainda deve continuar sendo o principal vírus da gripe em circulação no mundo, afirmou Fukuda. "O período pós-pico significa que continuamos numa pandemia", afirmou ele, ressaltando no entanto que o vírus está declinando e que os índices de contaminação estão se aproximando do normal.

As outras cepas que a OMS quer incluir na vacina sazonal são o H3N2 (que a exemplo do H1N1 é um tipo da "influenza A") e a "influenza B". Cerca de 200 milhões de pessoas já foram vacinadas contra o vírus H1N1, mas Fukuda disse que não há razão para imaginar que a vacina trivalente causaria problemas para esse grupo.

Fonte: Stephanie Nebehay/Reuters