Dois estudantes que não tiveram a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) ganharam na Justiça o direito de ter acesso ao resultado - um deles também conseguiu a matrícula na universidade onde disputaria uma vaga no curso de Direito. Apenas com a nota do Enem é possível concorrer a vagas nas instituições federais que adotaram o exame no processo seletivo.
Os estudantes Thiago Queiroz Amaral, de 19 anos, de Várzea Grande, em Mato Grosso, e Tiago Aguiar de Sousa Falcão, de 20 anos, do Recife, fizeram o exame e, quando saiu o resultado, não encontraram a nota da prova de ciências da natureza e ciências humanas. No lugar do resultado aparecia um traço.
Eles mandaram e-mails e ligaram para o Inep várias vezes, sem sucesso. Acabaram se conhecendo no site de relacionamento Orkut, onde muitos alunos relatam problema semelhante. Segundo o Inep, quem ficou sem nota deve ter esquecido de preencher o cartão-resposta - cada prova tinha uma cor que deveria ser anotada no documento entregue aos fiscais. O órgão também afirmou, em e-mail para um aluno, que alguns podem ter ficado sem nota por ter utilizado "meios ilícitos durante a realização das provas, como portar celular".
Falcão, que desde criança sonha em cursar Direito na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), conseguiu uma vaga em 12 de fevereiro. O juiz Flávio Roberto Ferreira de Lima, da 10ª Vara Federal no Recife, obrigou o Ministério da Educação (MEC) a publicar a nota do candidato e a UFPE, a matriculá-lo. A universidade usou a nota do Enem como primeira fase do vestibular e, por isso, Falcão havia sido eliminado da seleção. "As aulas começam na semana que vem. Ainda não acredito", festeja.
Fonte: Estadão