Aos 20 pensamos que seremos jovens e indestrutíveis para sempre. Aos 30, já não dá mais para passar o dia na rua, a pé, sem uma quase estafa na hora de dormir. E quando olhamos pra trás? Já percebeu que ficamos com a impressão de que tudo passou rápido demais?
Mais uma vez tive essa sensação dia desses, quando assistia TV e, lá uma hora, aparece aquela carinha risonha do Zacarias, personagem do ator Mauro Gonçalves e que faz parte da mitologia dos anos 80. Quase caio da cadeira quando o locutor disse que já se foram 20 anos desde que o Zaca partiu. Pode? O pior é que pode.
Eu tinha 14 pra 15 anos quando assisti no Fantástico a comoção que foi aquele domingo, quando o humorista faleceu. Já tô batendo nos 3 ponto cinco e ainda é estranho dizer que ele morreu, quando ele parece tão presente.
Me respondam qual era o menino ou menina dos anos 80 que não largava tudo o que estava fazendo e corria para a frente da TV, por volta de 19h, quando tocava a musiquinha de abertura dos Trapalhões? Lá na minha rua a molecada parava a bola sagrada das tardes (que entrava pelas noites) de domingo, subia os andares do prédio de escada mesmo e não voltava mais. Era um magia, um humor inocente, lúdico, como não mais se fez.
Não venham me chamar de saudosista, que isso é quem só gosta de passado e não valoriza o presente. Mas que dá uma vontade enorme de voltar a ser criança, quando se assiste aquela caixa de DVD dos Trapalhões, ah, isso não tem como evitar.
Mas o melhor disso tudo é saber que nossa infância foi feliz e que, cada vez que revemos os "Trapas", volta toda aquele sentimento, aqueles sonhos, aquela vontade e conquistar que só a criança tem. Esses pequenos momentos são a felicidade e relembrá-los faz muito bem ao coração.
Valeu Zaca
Abraços a todos
Sérgio Augusto
Editor da Academia da Palavra