sábado, 27 de março de 2010

Um viva aos competentes

Nada mais desagradável que a pretensão para tentar encobrir a pura e simples incompetência. Não precisa ir muito longe para identificar os tipos que acreditam ser algo além que um palmo diante de seus próprios narizes. E o pior é que a gente encontra esse tipo de gente toda hora e em todos os lugares. Já notou como, geralmente, o comodismo vem de mãos dadas com a pretensão? Quantas e quantas vezes já não vimos gente madura, idosa mesmo, cantando aos quatro ventos, e em voz alta, que tem tantos e tantos anos de profissão para justificar algum vacilo?

Dia desses testemunhei uma discussão entre dois motoristas. O taxista além de mudar de faixa sem sinalizar, ainda bloqueou o trânsito, parando bem no cruzamento, para um passageiro entrar no táxi. Uma senhora que vinha logo trás, com os filhos ainda fardados do colégio, gritou que estava atrasada e o cara se enfureceu. Lá pelo meio da baixaria ele soltou a pérola: "Minha querida, sabe há quantos anos eu tô na praça? Trinta anos". Pensei então: e daí? Desde quando tempo de profissão significa competência e dá imunidade pro cara fazer a idiotice que quiser?

Somando a tantas outras idiotices que já ouvi, tipo "Faço isso há 20 anos" e "Tenho 40 anos de profissão", chego à conlusão que, no Brasil, a senha para encobrir a mediocridade se chama "Tempo de Profissão". Com todo o respeito aos profissionais de verdade, mas quem usa os cabelos brancos como imunidade para suas barbeiragens é, no mínimo, um amador.

E VIVA A VERDADEIRA COMPETÊNCIA!!!

Abraços a todos

Sérgio Augusto



Editor da Academia da Palavra

sábado, 20 de março de 2010

20 anos sem Zacarias

Aos 20 pensamos que seremos jovens e indestrutíveis para sempre. Aos 30, já não dá mais para passar o dia na rua, a pé, sem uma quase estafa na hora de dormir. E quando olhamos pra trás? Já percebeu que ficamos com a impressão de que tudo passou rápido demais?

Mais uma vez tive essa sensação dia desses, quando assistia TV e, lá uma hora, aparece aquela carinha risonha do Zacarias, personagem do ator Mauro Gonçalves e que faz parte da mitologia dos anos 80. Quase caio da cadeira quando o locutor disse que já se foram 20 anos desde que o Zaca partiu. Pode? O pior é que pode.

Eu tinha 14 pra 15 anos quando assisti no Fantástico a comoção que foi aquele domingo, quando o humorista faleceu. Já tô batendo nos 3 ponto cinco e ainda é estranho dizer que ele morreu, quando ele parece tão presente.

Me respondam qual era o menino ou menina dos anos 80 que não largava tudo o que estava fazendo e corria para a frente da TV, por volta de 19h, quando tocava a musiquinha de abertura dos Trapalhões? Lá na minha rua a molecada parava a bola sagrada das tardes (que entrava pelas noites) de domingo, subia os andares do prédio de escada mesmo e não voltava mais. Era um magia, um humor inocente, lúdico, como não mais se fez.

Não venham me chamar de saudosista, que isso é quem só gosta de passado e não valoriza o presente. Mas que dá uma vontade enorme de voltar a ser criança, quando se assiste aquela caixa de DVD dos Trapalhões, ah, isso não tem como evitar.

Mas o melhor disso tudo é saber que nossa infância foi feliz e que, cada vez que revemos os "Trapas", volta toda aquele sentimento, aqueles sonhos, aquela vontade e conquistar que só a criança tem. Esses pequenos momentos são a felicidade e relembrá-los faz muito bem ao coração.

Valeu Zaca

Abraços a todos

Sérgio Augusto


Editor da Academia da Palavra

terça-feira, 16 de março de 2010

Pesquisadores descobrem peça "perdida" de Sheakespeare

Uma peça que foi descoberta pela primeira vez há 300 anos agora foi considerada de autoria de William Shakespeare, entre seus autores. A obra, cujo título é "Double Falsehood" (traição dupla, em tradução livre), foi escrita por Shakespeare em parceria com outro dramaturgo, John Fletcher. O empresário teatral britânico do século 18, Lewis Theobald, apresentou a peça como uma adaptação de outra obra de Shakespeare, mas ela foi considerada uma falsificação.

Agora, os acadêmicos da editora britânica da obra do bardo, a Arden, acreditam que Shakespeare escreveu grande parte da obra. Os pesquisadores acreditam que a peça é baseada em um trabalho perdido há muito tempo chamado "Cardenio", que já era baseado na obra "Don Quixote", de Cervantes. "Acho que o toque de Shakespeare pode ser notado no Primeiro Ato, Segundo Ato e, provavelmente, nas duas primeiras cenas do Terceiro Ato da peça", disse à BBC o professor Brean Hammond, da Universidade de Nottingham.

Hammond acredita que "Double Falsehood" tenha sido escrita pouco depois da publicação da tradução de "Don Quixote", em 1612. A peça foi apresentada pelo menos duas vezes em 1613. Hammond é o editor da última coleção de obras de Shakespeare para a Arden, que já inclui a obra. "Pelo menos metade das peças [de Shakespeare] escritas no período foram escritas em colaboração", disse Hammond.

Já é aceito que Shakespeare escreveu outras duas peças com Fletcher no final de sua carreira, "Henrique 8º" e "Dois Nobres Parentes".

Fonte: BBC

quinta-feira, 11 de março de 2010

Livro de Marcelo Tas supera as 23 mil cópias vendidas em quatro meses

Lançado há pouco mais de quatro meses, "Nunca Antes na História Deste País" (Panda Books) acaba de ultrapassar a marca de 23 mil exemplares vendidos. Isso significa que aproximadamente 191 unidades do livro do jornalista e apresentador Marcelo Tas --que chegou às livrarias em 4 de novembro de 2009-- "sumiram" das prateleiras a cada dia.

Misturando humor e ironia, o autor ressalta o dom "filosófico" do presidente Lula ao reunir uma série de frases engraçadas e "revoltantes" do político. Em entrevista à Livraria da Folha, do dia do lançamento do livro, Tas disse que "após receber a faixa presidencial, Lula virou um expert em qualquer tipo de assunto, principalmente naqueles onde não tem o menor domínio" e que ele "sabe muito bem transformar uma derrota vergonhosa numa vitória retumbante".

Marcelo Tas diz que Lula é "gênio do ilusionismo" e publica livro com frases do presidente. Marcelo Tas reúne em livro frases polêmicas e engraçadas de Lula; leia trecho. Já o comediante, publicitário e cartunista Danilo Gentili, que lançou "Como Se Tornar o Pior Aluno" cerca de um mês após o de "seu apresentador" Tas, no "CQC", vendeu 10 mil cópias do livro.

Com o objetivo de compartilhar com o público as experiências politicamente incorretas acumuladas durante sua vida escolar --foram 12 suspensões, 78 assinaturas no "livro negro" e uma expulsão--, Gentili oferece 23 lições para se transformar em um baderneiro de mão-cheia.

Fonte: Livraria Folha

Pesquisa revela: no Brasil, atendimento na maioria das delegacias é inadequado

A maioria das delegacias do país presta atendimento inadequado à população, segundo pesquisa da Terceira Semana de Visitas às Delegacias da Altus (Aliança Global dos Centros Acadêmicos e Organizações Não-governamentais). Os dados apontam que apenas Brasília e Rio têm unidades consideradas adequadas no país.

O estudo avaliou serviços de 235 delegacias de polícia de nove Estados. Cerca de 440 pessoas, dividas em grupo de cinco, aplicaram os formulários em cada unidade. O estudo também avaliou 1.014 delegacias de outros 18 países, no período de 26 a 30 de outubro de 2009. Essa é a terceira edição da pesquisa, realizada também em 2001 e 2007. Apesar disso, não é possível comparar os resultados uma vez que houve mudança na metodologia utilizada.

"No item transparência e prestação de contas as delegacias ainda divulgam muito pouco do que fazem. Não é divulgado o número de crimes registrados, o número de inquéritos apurados e, principalmente, não divulgam meios de a população reclamar do mal atendimento recebido, como ouvidoria ou corregedoria", afirmou a coordenadora nacional da pesquisa Ludmila Ribeiro.

Ela ainda destacou que "as condições de detenção são precárias na maioria das delegacias do Brasil. Em algumas delas, os presos não têm identificação, falta sala para recepcionar advogados e familiares, os presos não têm direito a visita regular, falta limpeza nas celas, além de haver celas superlotadas."

Avaliação

Foram avaliados os Estados de São Paulo, Rio, Minas, Distrito Federal, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Ceará, Pará e Goiás. A delegacia que ficou em primeiro lugar foi a 23º DP (Méier), segundo a pesquisa. Apesar disso, ela foi avaliada apenas como adequada, em uma classificação que varia entre totalmente inadequado, inadequado, adequado, mais do que adequado e excelente.

Segundo Ludmila, ela [23º DP] possui condições materiais excepcionais, é limpa, organizada e bonita, além de ser construída e mantida de acordo com as regras mínimas para o tratamento do preso provisório. Além disso, o delegado realiza reuniões semanais com lideranças comunitárias na tentativa de aproximar a delegacia da comunidade.

Em entrevista à Folha Online, o delegado titular da 23º DP, Luiz Archimedes, disse: "estou há 13 anos aqui. A equipe é sempre a mesma. Todos são muito unidos. Funciona como se fosse um time de futebol. A gente procura seguir as determinação da chefia da Polícia Civil e atender as pessoas sempre com cordialidade. A delegacia é limpa e bem conservada, mas não apenas por causa do delegado, mas também por causa do faxineiro, inspetores e de toda a equipe."

Apesar do bom desempenho da 23º DP (Méier), nenhum delegacia do país conseguiu alcançar avaliação acima da adequada. A média nacional ficou como inadequada. A pesquisa não divulgou quais delegacias do país apresentaram o nível "totalmente inadequado" de atendimento. Em segundo lugar ficou a 2º DP de Porto Alegre (RS), seguido pela 37º DP (Campo Limpo), de São Paulo. Os prêmios para as melhores delegacias --que corresponde a um certificado-- serão entregues nos dia 16 de março durante o quarto encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em São Paulo.

No caso do 37º DP de São Paulo, a pesquisa destacou a inovação, com a criação de uma brinquedoteca, que oferece brinquedos e livros para as crianças da região. A inovação destacou ainda a 12º (Copacabana), do Rio, que oferece defesa pessoal aos idosos --faixa etária que mais apresenta ocorrências no bairro. A coordenação da pesquisa informou ainda que pretende fazer uma apresentação para todos os delegados para incentivar a adoção de políticas de melhoramento. Também serão entregues para eles a avaliação feita dos principais pontos positivos e negativos de sua delegacia.

Fonte: Diana Brito/colaboração para a Folha Online

quarta-feira, 10 de março de 2010

Novas tecnologias avisam: "Don`t touch me"


Digitar, navegar e jogar sem o uso das mãos. Depois da tela sensível ao toque, a tendência é nem precisarmos encostar nos aparelhos. Movimentos à distância, ondas cerebrais e vocais assumem o controle.

Na Cebit 2010, o projeto mais representativo desta vanguarda tecnológica responde pelo nome de iPointer. A máquina feita por cientistas alemães do Heinrich Hertz Institut permite controlar várias partes da casa por meio de uma tela.

"Não precisa encostar", vão logo avisando os expositores aos visitantes incautos que chegam ao estande. É só movimentar a mão que o cursor seguirá os comandos. As atividades são variadas, de selecionar música e ver fotos a ligar o fogão e acender as luzes. O instituto Berlin Brain Computer Interface, que faz pesquisas sobre inteligência artificial, apresentou um pinball movido por impulsos cerebrais. Algoritmos interpretam em tempo real para qual lado pretendemos atirar a bolinha.

Michael Tangermann, representante do instituto, explica que quem mexe diretamente no pinball é um computador, não o jogador. "O usuário precisa pensar em braço esquerdo e braço direito. Os eletrodos mandam as ondas cerebrais para o computador, que rebate para o jogo", diz. Por isso, a reação da máquina não chega a ser tão rápida quanto a das mãos.

Já a empresa sueca Tobii Technology apresentou sistemas que permitem controlar um PC (e sobretudo digitar) com movimento dos olhos. A tecnologia também é útil para a publicidade, já que mapeia os caminhos dos olhos do consumidor quando está observando uma tela. A próxima Cebit está marcada para os dias 1 a 5 de março de 2011.

Fonte e foto: Diógenes Cruz/Folha Online

sábado, 6 de março de 2010

"Consultores do crime" dão apoio à equipe de Tropa de Elite 2

O capitão Nascimento, personagem interpretado pelo ator Wagner Moura no filme 'Tropa de elite', vai ter que enfrentar uma quadrilha muito bem preparada. Para reproduzir com tintas de realidade um confronto entre traficantes e policiais, a produção do diretor José Padilha foi atrás de pessoas “formadas” pelo cotidiano violento das favelas. As cenas para o “Tropa de elite 2”, que deve estrear em agosto, prometem deixar o público de cabelo em pé.

O principal instrutor das cenas, que passa orientação ao elenco de apoio sobre a postura e gírias usadas pelos traficantes, é Alexandre Santos Rodrigues, 36 anos, mais conhecido como o rapper MC Jovem Cerebral. Ex-presidiário, ele, que já foi assaltante e fez parte de uma facção criminosa, recebeu o aval de Padilha para formar a “quadrilha” que ataca policiais nos morros e lidera uma rebelião em um presídio.

Diante do elenco, Alexandre explica que traficantes da maior facção criminosa do Rio costumam vibrar com uma conquista ao invadir uma comunidade rival, matar policiais ou sair ilesos de uma perseguição com a seguinte frase: “É nós!”. Para Alexandre, isso é usado muitas vezes como um verdadeiro grito de guerra. Os integrantes desse bando também podem ser identificados pelas roupas que usam, de duas grifes esportivas famosas, mas sobretudo pelo linguajar, gestos e expressões faciais. Um policial infiltrado na quadrilha que esteja desinformado desses pequenos detalhes pode ser facilmente descoberto. Um erro fatal.

Ele lembra ainda que, dentro dos presídios, o comportamento e informação sobre de que favela saiu são detalhes determinantes para que o preso não caia na galeria dos rivais e seja assassinado. Uma das cenas foi filmada em um cenário de 500m² que reproduz o presídio Bangu I, no Rio. O espaço, construído especialmente para a produção, levou dois meses para ser erguido e contou com cerca de 40 profissionais.

Cidade partida

“É um grande desafio fazer esse trabalho. Contribuo com a minha vivência para ajudar os atores a interpretarem uma realidade dura e que exige muita força para transmitir o que significam essas cenas de violência. Infelizmente, ainda vivemos numa cidade partida, e, nesse jogo, cada um deve saber de que lado está no tabuleiro”, afirma, num discurso que lembra o tom proposto pelo roteiro do filme.

Outros atores, que participam do elenco de apoio, reforçam seus conhecimentos da vida em comunidades para emprestar mais realidade às interpretações. É o caso de Diego Barbosa, 22 anos, que interpreta um traficante. Nas filmagens realizadas no início de fevereiro no Morro Dona Marta, em Botafogo, Zona Sul, onde mora, ele passou por um grande cerco policial e ataque de helicópteros. Mais de cem pessoas estavam no set, entre atores, equipe e figurantes.

"Saí por uma janela, correndo, enquanto atiravam em cima de mim. Moro no morro mas não sou bandido, nunca fui. Eles corrigiram minha postura várias vezes. Até o jeito de andar, de correr e o modo de carregar o fuzil. Ainda me maquiaram para eu ficar com cara de pernoitado”, conta o rapaz, que perdeu o irmão, que era traficante, assassinado aos 18 anos, além do pai, morto por um grupo de extermínio na Baixada Fluminense.

À espera de uma oportunidade

“Quero ter uma oportunidade, conseguir um trabalho e comprar minha casa. Vida de bandido não é boa para ninguém. Se aquelas cenas fossem reais, os policiais não teriam errado. Eu teria virado peneira com aqueles tiros todo”, afirma Diego.

Quem também aproveitou a experiência para fortalecer o personagem foi o ator Deiwis Jamaica, 30 anos, que passou por comunidades de Realengo, na Zona Oeste, e Cidade Alta, no subúrbio. “Fui assediado muitas vezes pelo mundo do crime. Graças a Deus, resisti, saí disso e busquei um espaço que me orgulho, com meu trabalho honesto. Sou um bandido no filme, não precisei entrar para o crime para isso”, afirma Jamaica, que participou de cenas fortes durante as filmagens de rebelião no presídio.

Alexandre, o Jovem Cerebral, foi chamado por Padilha desde o início das filmagens do primeiro "Tropa de elite". Durante uma das reuniões, reconheceu Rodrigo Pimentel, capitão reformado do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e roteirista do filme.

Na conversa, descobriram que estavam de lados opostos em 1994. Na época, quando fazia parte da quadrilha de traficantes do Morro da Mineira, Catumbi, Centro do Rio, Jovem chegou a trocar tiros durante as incursões do Bope na favela. Ao bater datas e horários, os dois descobriram que Pimentel estava em muitas daquelas operações. Amigos, Pimentel cita Jovem como exemplo de recuperação de quem saiu da vida do crime.

Fora do set de filmagem, Jovem dedica-se ao seu trabalho como vocalista da banda Stereo Maracanã, que mistura influência black, levadas de hip hop e muita percussão. O grupo já se apresentou em casas de shows na Alemanha, Holanda, França, Bélgica e cidades da Inglaterra.

Fonte: Aluizio Freire/G1

PAC, "Filho de Dilma", ainda é desconhecido por metade do Brasil

O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é desconhecido pela metade dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha. Criado há três anos, o PAC é usado como bandeira da pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República pelo PT. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, chamou a ministra de "mãe do PAC".

Segundo a pesquisa, somente 9% dos entrevistados afirmaram estar "bem informados" sobre programa. Outros 21% se classificaram como "mais ou menos" informados, enquanto 20%, como "mal informados", mesmo já tendo ouvido falar do PAC. O levantamento mostra ainda que o índice de conhecimento do programa é maior entre os simpatizantes do PSDB (73%) do que entre os que se declaram petistas (61%).

Fonte: Folha Online

quarta-feira, 3 de março de 2010

Cotas raciais na universidade viram debate no STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski rejeitou ontem um pedido do DEM para que fossem revistos os critérios de convocação das entidades que discutirão em audiência pública na Corte a adoção de políticas de cotas raciais para ingresso em universidades públicas. A audiência, que começa hoje e prossegue até sexta, foi convocada por Lewandowski, relator de dois processos que contestam a política de cotas, um deles apresentado pelo DEM.

O ministro discordou dos argumentos do partido de que não haveria isonomia na distribuição do tempo entre os favoráveis às cotas raciais e os contrários. Para o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), que justificou o pedido de seu partido, Lewandowski convocou para a audiência um número maior de pessoas favoráveis às cotas do que as que se opõem.

Porém, o ministro argumentou que representantes do governo e das universidades que falarão na audiência sejam incluídos no rol pessoas favoráveis às cotas raciais. Eles vão relatar experiências positivas e negativas da política de cotas, segundo Lewandowski. "Não há atentado à isonomia", concluiu o ministro.

Esse não é o único ponto de tensão em torno da audiência. Caiado também tem acusado o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, de utilizar recursos públicos para mobilizar pessoas e grupos favoráveis à política de cotas. "O ministro está usando a máquina do Estado para convocar ONGs e pressionar o Judiciário", disse o deputado. "Ele não pode transformar a sua opinião em defesa das cotas em política de Estado."

O ministro disse ontem que a preocupação do DEM é descabida. "Quem vem a Brasília para a audiência vem de acordo com suas possibilidades", afirmou. "Apenas enviamos um aviso aos gestores de promoção da igualdade racial sobre o evento no Supremo. Existem cerca de 600 órgãos de promoção da igualdade racial nos Estados e municípios. Não temos qualquer intenção de constranger o Supremo, que tem autonomia e independência para discutir os temas que lá chegam."

Data

O Supremo ainda não definiu a data para julgar as duas ações. Em uma delas o DEM questiona os critérios raciais utilizados desde 2004 pela Universidade de Brasília (UnB) para a admissão de estudantes pelo sistema de cotas. A outra foi apresentada por um estudante que se sentiu prejudicado pelo mesmo sistema adotado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Fonte: Estadão

ISTO É BRASIL: mesmo sem nota no Enem, estudantes ganham a vaga na Justiça

Dois estudantes que não tiveram a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) ganharam na Justiça o direito de ter acesso ao resultado - um deles também conseguiu a matrícula na universidade onde disputaria uma vaga no curso de Direito. Apenas com a nota do Enem é possível concorrer a vagas nas instituições federais que adotaram o exame no processo seletivo.

Os estudantes Thiago Queiroz Amaral, de 19 anos, de Várzea Grande, em Mato Grosso, e Tiago Aguiar de Sousa Falcão, de 20 anos, do Recife, fizeram o exame e, quando saiu o resultado, não encontraram a nota da prova de ciências da natureza e ciências humanas. No lugar do resultado aparecia um traço.

Eles mandaram e-mails e ligaram para o Inep várias vezes, sem sucesso. Acabaram se conhecendo no site de relacionamento Orkut, onde muitos alunos relatam problema semelhante. Segundo o Inep, quem ficou sem nota deve ter esquecido de preencher o cartão-resposta - cada prova tinha uma cor que deveria ser anotada no documento entregue aos fiscais. O órgão também afirmou, em e-mail para um aluno, que alguns podem ter ficado sem nota por ter utilizado "meios ilícitos durante a realização das provas, como portar celular".

Falcão, que desde criança sonha em cursar Direito na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), conseguiu uma vaga em 12 de fevereiro. O juiz Flávio Roberto Ferreira de Lima, da 10ª Vara Federal no Recife, obrigou o Ministério da Educação (MEC) a publicar a nota do candidato e a UFPE, a matriculá-lo. A universidade usou a nota do Enem como primeira fase do vestibular e, por isso, Falcão havia sido eliminado da seleção. "As aulas começam na semana que vem. Ainda não acredito", festeja.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 1 de março de 2010

Jogos de Vancouver: polêmica e competição acirrada ao extremo

Os Jogos de Inverno de Vancouver foram marcados pela polêmica, pela coroação de uma rainha e pela mobilização de um país, o Canadá, que saiu da competição como grande vencedor no quadro de medalhas e recordista no número de medalhas de ouro: 14 ao todo. A morte do georgiano Nodar Kumaritashvili em um treino abriu a polêmica sobre a segurança da pista de bobsled, que nos próximos anos deve mudar suas prioridades, colocando a segurança à frente da velocidade.

Na patinação artística também haverá discussão depois da vitória do norte-americano Evan Lysacek sobre o russo Evgeni Plushenko. O que vale mais? O lado artístico ou a perfeição técnica? Resposta daqui a quatro anos, nos Jogos de Sochi, na Rússia. A unanimidade fica para a "rainha" sul-coreana Yu-Na Kim, que quebrou o recorde de pontos na versão feminina do evento.

Um dos destaques dos Jogos de Inverno foi a China. De 14.ª colocada nos Jogos de Turim, a equipe subiu para a 8.ª posição, com destaque para a participação na patinação artística, que teve dobradinha na prova de duplas com Xue Shen e Hongbo Zhao levando a melhor sobre Qing Pang e Jian Tong. O time também teve participação expressiva nas provas de velocidade da patinação e no esqui, o que indica a intenção de brigar no quadro de medalhas nos próximos Jogos.

Se os chineses tiveram motivos para comemorar, o mesmo não aconteceu com os russos, que ficaram bem aquém do esperado com o 10.º lugar e apenas 3 medalhas de ouro. O presidente do país, Vladimir Putin, deixou claro que cabeças vão rolar e haverá investimento em treinadores estrangeiros, afinal a competição de 2014 será em casa. A participação brasileira em Vancouver foi ruim, como já era esperado. Em Turim, há quatro anos, comemorou o 9.º lugar de Isabel Clark no snowboard, mas a atleta não conseguiu repetir o feito no Canadá, ficando em 19.º.

O restante da equipe só marcou presença. No esqui cross-country, Jaqueline Mourão ficou em 67.º e Leandro Ribela, em 90.º. No esqui alpino, nem Maya Harrison nem Jhonatan Longhi conseguiram concluir a prova de slalom por causa das condições climáticas. Ficaram respectivamente em 48.º e 56.º no slalom gigante.

Fonte: AE