domingo, 29 de agosto de 2010

Twitter já é ferramenta certeira para jovem buscar emprego

O Twitter entrou na rota dos selecionadores. Para achar profissionais jovens e dinâmicos, já anunciam vagas no site. "O sênior geralmente não usa as redes. Alguns têm preconceito com o Twitter, devido à exposição", avalia Claudia Monari, 44, consultora da Career Center.

Especialistas acreditam que a ferramenta será cada vez mais usada. "A maioria das vagas é voltada para o público de comunicação. Nos próximos anos também serão para profissionais como engenheiros e advogados", afirma Ana Cristina Limongi França, 57, coordenadora do curso de qualidade de vida
da FIA (Fundação Instituto de Administração).

Os jovens também estão de olho nas oportunidades da rede. Atualmente, 75% dos candidatos a trainee buscam vagas em sites de relacionamento, segundo o departamento pessoal da ALL (América Latina Logística).

"Criamos perfis nas redes sociais e publicamos informações sobre a empresa, além de direcionar o usuário para o site com as vagas", explica a responsável pelo programa de trainee da ALL, Marcela Marques Aidar.

A estudante de relações públicas Amanda Allegrini, 18, soube de uma vaga de analista de redes sociais por um anúncio no Twitter. No dia seguinte, recebeu ligação do recrutador e foi efetivada.

DICAS

O publicitário Pedro Thompson Henriques de Andrade, 26, também conseguiu emprego na rede. "Uma amiga repassou a vaga. Comecei a seguir o perfil da empresa e enviei meu portfólio. No dia seguinte fizemos contato e me contrataram."

Para tirar bom proveito da rede social, os primeiros mandamentos são apostar em informações úteis e nunca publicar mensagens de cunho negativo.
"Não contrataria alguém que escreve "que saco, hoje é domingo!" ou "hoje é sexta-feira, não aguento mais trabalhar". Isso demonstra acomodação", afirma Marynes Pereira, 49, "coaching" de carreiras da Provider Solutions.

"Deve-se tomar muito cuidado com as fotos. Não combina um executivo de regata ou uma profissional de biquíni", diz Matilde Berna, 52, diretora de transição de carreira da Right Management.

Fonte: Carorline Pellegrino

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CD joga luz sobre inéditas de Johnny Alf


Em seus últimos 15 anos, o cantor, compositor e pianista Johnny Alf (1929 -2010) viveu de dinheiro obtido em shows intimistas, feitos sobretudo em pequenos clubes de jazz e no circuito paulista do Sesc. Para público quase sempre restrito, Johnny fazia o diabo. Recriava as próprias canções, desconstruía repertório alheio, mostrava material inédito, promovia jam sessions com convidados, de Cauby Peixoto a Ed Motta.

Ao menos 20 dessas apresentações foram gravadas em áudio, então sem maiores pretensões, pelo empresário do artista, Nelson Valencia. O material está em fase de tratamento e, ainda neste ano, chega ao público dentro de uma caixa, a ser lançada pela gravadora Lua Music. Sob os cuidados do produtor Thiago Marques Luiz (que dirigiu álbuns recentes de Wanderléa e do próprio Cauby), o projeto inclui mais dois discos. Um é dedicado aos sucessos de Johnny. Outro, às canções obscuras.

Estão recrutados para o álbum de hits --se é que a palavra "hit" cabe a compositor tão sofisticado-- artistas que compartilham do mesmo universo artístico. "Não tem nenhum gaiato no disco", diz Thiago. "Só convidamos gente que gostava dele, e de quem sabíamos que ele também gostava." Estão na lista Joyce (cantando "Fim de Semana em Eldorado"), Toquinho ("Rapaz de Bem"), Leny Andrade ("O que É Amar"), Claudette Soares ("Gesto Final"), Emílio Santiago ("Nós"), Zé Renato ("Céu e Mar") e Wanderléa ("Ilusão à Toa"). O álbum com os temas desconhecidos de Johnny é projeto pessoal de Alaíde Costa --a intérprete predileta do compositor, segundo o próprio chegou a declarar.

Já totalmente gravado, o disco dela inclui canções como "Escuta", "Como Dois Corações e meu Sonho" e "Tema da Cidade Longe". Também está programado para este ano o lançamento de uma biografia de Johnny Alf dentro da Série Aplauso, da Imprensa Oficial. O livro foi escrito pelo jornalista e pesquisador João Carlos Rodrigues e se apoia em entrevistas com músicos, produtores e amigos do artista desde a adolescência, além de um depoimento de uma hora e meia colhido do próprio Johnny.

Para Rodrigues, o mais importante a ressaltar é que, apesar do final um tanto solitário, o artista não se encaixa no hall dos "injustiçados". "Tudo o que ele fez foi porque quis. Até 60 e poucos anos, ele bebia muito, era agressivo, faltava aos compromissos. Foi quase um Tim Maia da bossa nova", compara Rodrigues. "Quando parou de beber, se tornou uma pessoa muito fechada".

Fonte: Marcus Preto/Folha Online

Foto: Divulgação

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

21 anos sem Raulzito

Os biógrafos costumam dizer que Raul Seixas levou o rock às últimas consequências. Nos últimos anos de sua vida, mesmo sofrendo de pancreatite, ele não se afastou do consumo exagerado de drogas e álcool. A doença levou à morte o Maluco Beleza aos 44 anos, no dia 21 de agosto de 1989. Para eles, a decadência perante o público, os problemas com empresários e gravadoras são menores diante da sua relevância artística. Passados 21 anos, seus principais hits são conhecidos do grande público.

O interesse pela obra de Raulzito reacende em novas gerações de fãs, que fazem questão de soltar a voz com o grito “Toca Raul”. Ainda hoje é possível ouvir o jargão em bares, pistas de dança e shows de rock.
Um dos legados do roqueiro é parecido com o fenômeno que acontece com o "Rei do Rock" Elvis Presley: inúmeros sósias fazem questão de se vestir de forma idêntica a Raul e atuar fazendo covers do cantor. A sua confirmação, como mito do rock nacional, é frequente em homenagens no teatro, na TV, nas biografias e relançamentos de álbuns.

A admiração pelo “Maluco Beleza” ultrapassa o rock. Chitãzinho e Xororó, Maria Bethânia, Milionário e Zé Rico e Elba Ramalho já regravaram composições do baiano.

Documentário é aguardado para 2010

O longa-metragem dirigido por Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel promete estrear nas telas ainda em 2010, trazendo depoimentos de parentes, amigos e antigos parceiros, como o escritor e letrista Paulo Coelho, que trabalhou com Raul na composição de músicas que fizeram parte da fase mais conhecida da carreira do roqueiro.

Em 2009, um trecho do filme foi exibido durante o Festival do Rio. O teaser mostrava o cantor se dizendo apaixonado por cinema. "Espero acabar em Hollywood”, brincava, irônico, afirmando ser um ator que fingia ser cantor.

Sua interpretação é lembrada graças a videoclipes para o Fantástico, nos quais Raul extravasava sua criação. As perfomances são destacadas pelos cenários em chroma key e pela produção, como as dançarinas presentes em "Sociedade Alternativa" - um dos primeiros clipes musicais feito a cores no Brasil, exibido em 1974.

Fonte: Maria Chrisá/ G1

Foto: Divulgação

domingo, 15 de agosto de 2010

Relatório aponta: 92% dos e-mails enviados em julho foram spams

Um relatório divulgado pela empresa de segurança Symantec apontou que os spams representaram 92% das mensagens enviadas por e-mail em julho. Um ano antes, o percentual no mesmo mês foi de 89%.

No estudo, a companhia identificou ainda um novo tipo de ataque focado em chats de e-commerce, que visa a roubar dados pessoais do usuário. "O phishing atua em sessões de chat para fazer com que a página pareça mais autêntica, tentando dar aos consumidores a impressão de que o site fake é interativo", avisa a Symantec.

Novo spam usa falsa notícia sobre imagens de Eliza para atacar PCs Golpe usa falsa notícia sobre doping de Robinho e Kaká para infectar PCs Golpe no Orkut usa 'recarga gratuita' de celular para roubar senhas No pishing, piratas de computador sugerem que os internautas cliquem em links ou visitem sites maliciosos. Quando seguem a sugestão, as vítimas em potencial infectam seus computadores com programas geralmente desenvolvidos para o roubo de informações financeiras.

Uma boa notícia apontada pelo relatório é que a quantidade de spam contendo ataques desse tipo caiu 5% entre junho e julho deste ano. De forma geral, o número de ataques phishing está em queda, mas os criadores de spams seguem criando novos métodos de aplicar golpes.

Há um ano, Barack Obama e Michael Jackson eram os principais nomes usados em mensagens de spam. No mês passado, a Copa do Mundo assumiu essa posição. Os criminosos utilizaram também um ataque envolvendo o nome da empresa British Petroleum, responsável pelo vazamento de óleo no Golfo do México.

Fonte: G1

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Documentário revela o lado ativista do criador da "Playboy"

Hugh Hefner, o vovô de roupão vermelho acompanhado de loiras saradas, tem um passado rebelde. E não é só pelo fato de ter criado a revista "Playboy" e lutado contra o puritanismo americano. Hefner, 84, foi um paladino pela liberdade de expressão e pelos direitos civis dos negros, numa jornada que começou nos anos 50.

É esse lado ativista, e não o lado polígamo que guarda Viagra no banheiro, que interessa à canadense Brigitte Berman, ganhadora do Oscar por um filme sobre o músico Artie Shaw em 1985. Berman acaba de estrear nos EUA "Hugh Hefner: Playboy, Ativista e Rebelde", um documentário de mais de três horas, ainda sem distribuição no Brasil, sobre um dos editores mais influentes do século 20 e sua coleção de atos heroicos.

Como, por exemplo, quando usou o "Big Bunny", seu jatinho particular, para "distribuir" bebês órfãos do Vietnã pelos EUA. E adivinha quem ele escalou para cuidar dos infantes na jornada? Mas o time de coelhinhas não ganha muito destaque no filme. Nem suas ex-mulheres ou seus filhos, possíveis herdeiros. Aliás, não se fala nada sobre o futuro da revista. Recentemente, Hefner fez uma oferta para comprar a parte da empresa que já não mais lhe pertence.

IMPÉRIO

Hoje, a "Playboy" é um império internacional, com diversos produtos licenciados e programa de TV. É o que mantém a revista, cujas vendas foram do ápice de 7 milhões de unidades vendidas por mês nos anos 70 para uma circulação de 2 milhões. "Eu não acho que exista alguém que tenha apenas um lado, uma faceta. Queria mostrar um Hugh Hefner que você não vê nas festas", disse à Folha a diretora, que costuma frequentar as sessões de cinema na mansão do magnata em Los Angeles.

Ela fez mais de 12 horas de entrevistas com Hefner, além de vasculhar imagens raras dos programas de TV que ele conduziu no final dos anos 50 reunindo músicos negros e convidados brancos, mistura explosiva para a época. "Sabe, ele não sai nas ruas de roupão. Mas esse é o lado playboy que ofusca o resto."

A revista, fundada em 1953, quase saiu com o nome de "Stag Party", algo como a festa do solteiro ou do veado. "Bem na última hora decidimos mudar o veado pelo coelho. E, se não tivéssemos, dificilmente estaríamos aqui hoje", conta Hefner no filme.

Fonte: Fernanda Ezabella/Folha Online

Foto: Divulgação

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Biografia "descasca" mitos sobre Jim Morrison

Jim Morrison não era nada. Artisticamente, não passava de um jovem jeitoso em quem uma guitarra poderia ficar bem. E só. Mas era tudo de que a banda Rick and the Ravens precisava para animar uma festinha de formatura na Marina de Los Angeles naqueles anos 60. Só havia dois problemas: 1.) Jim Morrison não sabia tocar guitarra. 2.) Jim Morrison não sabia cantar.

Ali baixinho, ao pé do ouvido, Ray Manzarek, amigo de universidade e tecladista, deu as coordenadas: "Jim, faz o seguinte: coloca a guitarra no volume zero." O show acabou, Jim recebeu seus 20 dólares de cachê e agradeceu. "Ray, este foi o dinheiro mais fácil que já ganhei."

A história andou e Jim Morrison, mesmo ícone à frente dos Doors, se tornaria tudo, menos um bom vocalista. The Doors por the Doors, trabalho rico colhido em entrevistas e pesquisas pelo jornalista americano Ben Fong-Torres, ex-repórter da Rolling Stone e último homem a entrevistar Morrison, mexe no vespeiro. Sua qualidade maior é não se ajoelhar diante do túmulo para tratar o roqueiro como um deus.

As fontes são pessoas que estiveram no olho do tornado, como o pai, George Morrison, além de irmãos, amigos, produtores e os integrantes da banda que chegou a ser chamada de ‘Beatles americanos’.

Fong-Torres assume muitas vezes uma escrita em primeira pessoa, o que lhe garante diferenciais sobre outras biografias feitas por quem não esteve ao lado do cantor. Mas se estava tudo em suas mãos, por que não fez o livro antes? Torres diz que muitos nós tiveram de ser desatados entre os músicos, que não chegavam a consensos sobre direitos comerciais. "Mesmo com isso e os direitos cedidos para um novo documentário, When You're Strange, eu me adiantei aos cineastas", diz, em referência ao filme de Tom DiCillo, sem data para chegar aqui.

O que manteve os Doors na estrada? Eis a pergunta que Torres se fez ao constatar o nível de desleixo com que Morrison levava sua carreira. Coube ao tecladista Ray Manzarek, ao guitarrista Robbie Krieger e ao baterista John Densmore respirar fundo e contar até três. Muitas vezes. "Morrison sempre agiu de forma pouco profissional e descontrolada. Colocou em risco a carreira da banda." Ele passa aqui por um episódio de 1967, quando o vocalista foi preso em Miami, após um show onde mostrou seus órgãos genitais no palco. "Depois disso foram cancelados inúmeros concertos e várias estações de rádio pararam de tocar suas músicas. Mas eles estavam com ele." Por pouco, cita Torres, o baterista Densmore não largou tudo. "Ele ficou muito cansado e tentou sair uma ou duas vezes, mas sempre voltou. Não importava a forma como Jim vivia. O que importava era a lealdade, a perseverança, a tolerância. Foi incrível para mim perceber isso."

O autor diz que praticamente todas as biografias de Morrison relatam que ele foi para a universidade sem o conhecimento e a aprovação dos pais. Na apuração de Torres, a família discorda desta versão. O pai, George Morrison, diz ter ficado satisfeito com a decisão do filho de estudar cinema. "Fiquei maravilhado. Achava que seus talentos se adequavam àquela linha de trabalho."

A estratégia para fazer voar alto o primeiro compacto, Break On Throught (To The Other Side), funcionou até certo ponto. Do próprio estúdio onde gravaram o disco, os músicos dispararam a ligar para as emissoras de rádio pedindo a música como se fossem simples fãs. Até que a garota que atendia ao telefone percebeu a fraude. "Ok, parem de ligar. Nós sabemos que vocês ou fazem parte da banda ou estão recebendo para fazer isto."

As fragilidades vocais de Morrison não são camufladas no livro. John Densmore, o baterista, conheceu o amigo na garagem de Ray Manzarek durante os primeiros ensaios da banda. Com cuidado, ele esbarra na sensação que teve ao ver Jim cantar pela primeira vez. "Ele nunca tinha cantado antes, estava apenas começando. Sua voz não era encorpada, mas ele tinha total confiança em si mesmo, algo do tipo ‘vou me tornar vocalista.’ Nada de cantar a partir do diafragma ou de técnicas especiais, apenas cantava, gritava ou o que quer que fosse aquilo que estava fazendo", comenta no livro.

O próprio Morrison tinha consciência de suas limitações. Ao falar com Manzarek na praia de Venice sobre a ideia de formar os Doors, abriu-lhe o coração. "Não sei… Sou meio tímido e a minha voz não é lá tão boa." Ao que Manzarek devolve: "Sua voz não é tão boa? Bob Dylan é famoso internacionalmente com aquele guincho que é a voz dele." Morrison então enfiou as mãos na areia e começou a cantar Moonlight Drive. "Assim nasceram os Doors: as letras de Jim somadas à minha música climática", diz Manzarek.

Aos brasileiros, um belo tira-gosto. A influência da bossa nova nos Doors é um fato, maior do que a própria música pode transparecer. Em entrevista ao Estado (leia abaixo), Ray fala de como sons joãogilbertianos passaram a ser perseguidos pela banda.

The Doors por The Doors - Autor: Ben Fong-Torres. Editora: Ediouro. 432 págs. Preço: R$ 59,90



Filme traz cenas inéditas da banda, por Flávia Guerra

Se as portas da percepção entrassem em colapso, tudo pareceria como é: infinito. Este detalhe do poema de William Blake, que inspirou o nome de uma das bandas mais controversas da história, também inspira o diretor Tom DiCillo em When You’re Strange, primeiro documentário feito sobre a banda que nasceu em 1965 nos câmpus da Ucla (Universidade de Los Angeles), onde Jim Morrison e o tecladista Ray Manzarek estudavam cinema.

Quem pensa que tudo já foi dito, e filmado, sobre o Doors em The Doors, de Oliver Stone, não perde por esperar. When You’re Strange, ainda sem data para estrear no Brasil, não faz revelações bombásticas, mas tem o mérito de trazer imagens inéditas.

Fonte: Fernando Moura/ Estadão
Foto: Araldo Di Crollalanza/Rex Features

Nota: Discordo exatamente da parte em que a matéria diz que Jim Morrison não sabia cantar. Tocar guitarra ou qualquer outro instrumento, Jim realmente não sabia, mas cantar sabia sim. Basta ouvir as gravações ao vivo de "Unknown soldier", "The end", "Riders on the storm", "When the music is over" ou "Back door man". Se isso é não saber cantar o que dizer do Fiuck, filho do cantor Fábio Jr. e produto de um enlatado televisivo? Fica o questionamento.

Sérgio Augusto

Editor da Academia da Palavra